Uma cura definitiva para o vírus ebola pode estar próxima: duas drogas reduziram a taxa de mortalidade da doença em testes clínicos na República Democrática do Congo. A chance geral de sobreviver com o novo tratamento é de 90%.Os fármacos usados, chamados de REGN-EB3 e mAb114, atacaram o vírus junto a anticorpos, neutralizando o seu poder de infecção em células humanas.
“Daqui pra frente, não diremos mais que o ebola é incurável”, afirmou Jean-Jacques Muyembe, diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas da República Democrática do Congo. “Esses avanços ajudarão a salvar milhares de vidas.”
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA (da sigla em inglês, NIAID), a escolha por investir nas drogas veio após o descarte de duas outras, ZMapp e Remdesivir, que tiveram resultados menos eficazes.
O diretor do NIAID, Anthony Fauci, anunciou que a taxa de mortalidade em tratamentos com ZMapp foi de 49%, enquanto que com Remdesivir foi de 53%. Houve menos mortes com o REGN-EB3 (29%) e nos testes de mAb114 (34%).
Pacientes que foram submetidos aos testes logo após de ficarem doentes tiveram resultados ainda melhores, sendo que a taxa de morte com o REGN-EB3 foi de apenas 6% e de só 11% com o mAb114.
As drogas que tiveram os melhores resultados devem ser testadas agora em condições mais diversificadas. “Quanto mais aprendermos sobre esses dois tratamentos, e como eles podem complementar a saúde pública, incluindo em rastreio e vacinação, mais próximos estaremos de transformar o ebola de uma doença assustadora para algo tratável”, afirmou Jeremy Farrar,diretor de um grupo anti-ebola da OMS.