Nome será selecionado com ajuda de uma consultoria externa, mas precisa ser aprovado pelo governo de Jair Bolsonaro
A Eletrobras deve indicar ainda nesta semana o nome do próximo presidente da companhia, que está sendo comandada de maneira interina pela diretora Elvira Presta desde a saída de Wilson Ferreira Júnior. O nome sugerido pela diretoria, contudo, ainda vai precisar ser confirmado pelo governo de Jair Bolsonaro.
O processo de sucessão está avançado. Nós já fizemos várias entrevistas. E o nosso presidente do Conselho, Ruy Schneider, tem colocado pressão para que a gente conclua o mais breve possível. Vamos ver se conseguimos avançar ainda nesta semana, estamos no final”, contou Wilson Ferreira Júnior, nesta segunda-feira (22/3), durante a apresentação dos resultados da Eletrobras em 2020.
Wilson Ferreira Júnior deixou a presidência da Eletrobras, para assumir a BR Distribuidora, na semana passada. Desde então, o comando da estatal está interinamente nas mãos da diretora Financeira e de Relações com Investidores, Elvira Presta. A diretoria da Eletrobras, no entanto, vem procurando um nome para ocupar o posto de maneira definitiva desde o fim de janeiro, quando Ferreira Júnior anunciou a saída da estatal.
A seleção do próximo presidente da Eletrobras vem sendo conduzido por uma head hunter — consultoria externa especializada em recrutamento e seleção de altos executivos, que foi contratada com o objetivo de blindar a companhia de indicações políticas, como aconteceu na Petrobras.
Ferreira Júnior contou que a head hunter e a diretoria da Eletrobras entrevistaram diversos nomes nas últimas semanas e, agora, estão acelerando a conclusão desse processo. O objetivo é que o próximo presidente seja escolhido logo para poder estreitar as negociações com o Congresso Nacional acerca da privatização da Eletrobras.
É importante que o novo presidente possa estar liderando a companhia nesse esforço de cooperação com o Congresso Nacional, até porque há novas propostas, e mostrar a importância do processo de capitalização”, afirmou Ferreira Júnior.
Privatização
Ele lembrou que, em fevereiro, o governo de Jair Bolsonaro apresentou uma Medida Provisória (MP) para tentar acelerar a capitalização da companhia e garantiu que a MP traz a “melhor alternativa” para este processo. No Congresso Nacional, no entanto, modelos alternativos para a privatização já vêm sendo discutidos, como indicou o relator da MP, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA).
O ex-presidente da Eletrobras, que segue no Conselho de Administração da empresa, lembrou, no entanto, que a mudança na presidência não se encerra com a indicação da diretoria. É que o nome a ser sugerido pela Eletrobras ainda vai precisar ser aprovado pela Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro. Se aprovado, o nome também precisa ser eleito conselheiro por uma assembleia de acionistas. Só depois disso, o executivo poderá ser conduzido à presidência pelo Conselho de Administração da Eletrobras.
“Mesmo com a conclusão do processo nessa semana, tem um tempo para colocar”, afirmou Júnior. Ele disse que, por conta disso, a diretora Elvira Presta já começou as negociações com os parlamentares para tentar garantir os interesses da companhia no processo de privatização da Eletrobras.