O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, visitou a Palestina nesta quinta-feira (01), onde se encontrou com o presidente Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro Rami Hamdallah e o chanceler Riad Malki. Segundo informações de sua assessoria, Nunes conversou sobre a situação atual do Oriente Médio, em especial o conflito entre israelenses e palestinos, e reiterou a posição do Brasil sobre o tema.
O Brasil apoia uma solução de dois estados, com fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, com paz e segurança. Em 2010, o governo brasileiro reconheceu o Estado Palestino dentro das fronteiras de 1967, ou seja, de antes da chamada Guerra dos Seis Dias, quando Israel ocupou os territórios palestinos.
As negociações entre as autoridades israelenses e palestinas, porém, estão estagnadas há anos. O ministro acrescentou que o Brasil está disposto a contribuir com o diálogo, caso seja convidado pelas duas partes.
Outro ponto da pasta foi a cooperação bilateral nas áreas de educação, cultura, pequenas e médias empresas, e saúde. Foi sugerida, por exemplo, a negociação de um acordo entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e uma instituição palestina com o objetivo de incentivar o empreendedorismo no país árabe.
Nunes sugeriu também aumentar o intercâmbio cultural, pois no Brasil a produção literária, artística e cinematográfica da Palestina é pouco conhecida. Na área de saúde, os dois países já realizaram ações de cooperação.
Na seara comercial, o ministro brasileiro comentou que o acordo de livre comércio assinado pelo Mercosul e a Palestina está em tramitação na Câmara dos Deputados. O documento foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores da Casa, mas ainda precisa ser ratificado pelo plenário.
Nunes teve também uma reunião com o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa, na sigla em inglês), Pierre Krähenbühl. O tema principal do encontro foi o corte no apoio financeiro à instituição anunciado recentemente pelo governo dos Estados Unidos.
O chanceler brasileiro ainda visitou o mausoléu do líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004.
A próxima etapa do giro que o ministro faz pelo Oriente Médio será na Jordânia, onde deve ser assinado um acordo de cooperação técnica com o governo local.