Cooperativa que atende 42 mil pessoas em 6 regiões parou nesta quarta.
DFTrans afirma que problema no sistema impossibilitou o pagamento.
Motoristas e cobradores da Cobrataete voltaram a fechar a DF-250 com pneus queimados na manhã desta quinta-feira (28) em protesto pelo pagamento do tíquete e da cesta básica, que estão atrasados há dois meses. A cooperativa completou dois dias de greve, deixando 42 mil passageiros de seis regiões administrativas do Distrito Federal sem ônibus.
Uma equipe com cinco militares do Corpo de Bombeiros trabalhava por volta de 7h30 no local para apagar o fogo e retirar pneus. O bloqueio provocou congestionamento para quem seguia no sentido dos condomínios, como o Residencial Privê La Font e o Del Lago, e da zona rural. Não há informações sobre feridos.
Os funcionários já haviam feito paralisação no dia 21 de maio, mas voltaram ao serviçodepois de o governo garantir o repasse imediato de R$ 38,6 mil. O DFTrans disse que uma falha no sistema impediu o pagamento na data. A previsão é de que o débito seja feito até sexta-feira.
A cooperativa atende Varjão, Lago Norte, Lago Sul, Paranoá, Itapoã e Planaltina diariamente. São 140 rodoviários, que trabalham em 42 veículos. Por causa da paralisação, paradas de ônibus estão lotadas desde a manhã desta quarta.
Diretor do Sindicato dos Rodoviários de Cooperativas, Alex Sandro dos Reis, afirmou que o tíquete custa R$ 418 e a cesta básica, R$ 196. “Decidimos ficar parados porque se não vai ficar pior. Já tem dois meses essa situação. O GDF diz para a gente que pagou, a empresa diz que não recebeu.”
O responsável pelo transporte operacional da cooperativa, Donizete de Sousa, negou que o governo tenha feito o repasse. Ele afirmou que o GDF deve R$ 1,6 milhão à Coopataete e R$ 6 milhões para outras cooperativas. “O GDF está faltando com a verdade. Na última paralisação que fizemos na semana passada eles falaram que iam liberar R$ 38 mil, mas não foi liberado”, disse.
Manifestação anterior
Por volta das 8h desta quarta, os rodoviários botaram fogos em pneus e fecharam os dois sentidos da DF- 250. Equipes do Corpo de Bombeiros foram enviados ao local para apagar o incêndio, enquanto policiais militares negociavam a liberação da via, que ocorreu às 8h30.
Uma cobradora que não quis se identificar afirmou que o administrador regional do Paranoá esteve no protesto para pedir que os manifestantes liberassem a pista. Ela disse que o gestor se comprometeu a fazer um ofício para o secretário de Mobilidade cobrando um encontro com a categoria para discutir a situação.
“Tem quase dois meses que não recebemos. O dono da empresa alega que o governo não fez o repasse, e o governo diz que já pagou, mas no fim das contas fica todo mundo sem receber. Estamos fazendo esse protesto para chamar atenção da nossa situacao”, disse mulher.
Fonte:g1