Coreia do Norte repudiou as recentes manobras militares da Coria do Sul e elogiou a China pelo controle do coronavírus no país
A Coreia do Norte criticou nesta sexta-feira (8) a Coreia do Sul por organizar manobras militares que provocam o retrocesso das relações bilaterais ao estado em que estavam antes da aproximação de 2018 e seu dirigente, Kim Jong Un, enviou uma mensagem de elogios à China, principal aliado de Pyongyang.
O governo norte-coreano condenou as manobras militares sul-coreanas organizadas esta semana no Mar Amarelo.
“Tudo está voltando ao ponto de partida, à situação anterior à reunião de cúpula Norte-Sul de 2018”, afirmou um porta-voz do ministério da Defesa da Coreia do Norte, em um comunicado divulgado pela agência estatal KCNA.
O porta-voz se referia à aproximação diplomática entre as duas Coreias registrada em 2018, quando os governantes dos dois países se reuniram e iniciaram um processo de degelo das relações, com o objetivo de dar estabilidade à península e obter a desnuclearização.
As manobras “nos recordam novamente de algo que é óbvio, que os inimigos continuam sendo inimigos”, afirmou o porta-voz norte-coreano.
“É uma grave provocação que não podemos deixar passar. Esta situação exige uma reação de nossa parte”, completou.
Coincidindo com o aumento da tensão, o dirigente norte-coreano Kim Jong Un enviou ao presidente chinês Xi Jinping uma mensagem de felicitações pelo “êxito” de seu país no controle da pandemia do novo coronavírus, informou a KCNA.
A Coreia do Norte fechou as fronteiras para se proteger da doença, que poderia ser desastrosa em um país com precárias e insuficientes infraestruturas médicas.
Apesar da propagação da pandemia por quase todo o planeta, o regime norte-coreano afirmou que não registrou em seu território nenhum caso da COVID-19, que surgiu em dezembro na China.
Na mensagem, o líder norte-coreano afirma a Xi que os êxitos da China o agradam tanto como se fossem da Coreia do Norte e enviou “saudações militantes a todos os membros do Partido Comunista Chinês”, segundo a KCNA.
O estado de saúde de Kim foi objeto de vários boatos no exterior nas últimas semanas, após sua ausência nas celebrações de 15 de abril, a data mais importante do calendário político norte-coreano, que recorda o nascimento de seu avô e fundador do regime, Kim Il Sung.
A imprensa internacional especulou sobre uma deterioração do estado de saúde e algumas fontes chegaram a mencionar a possibilidade da morte, mas a Coreia do Sul informou rapidamente que estas versões não tinham fundamento.
As negociações internacionais com a Coreia do Norte, centradas em seu programa nuclear, estão paralisadas desde o fracasso do segundo encontro entre Kim e o presidente americano Donald Trump em fevereiro de 2019 em Hanói. Desde então, as relações de Pyongyang com Seul também estão estagnadas.