Uma empresa de Matão (SP) produz um fertilizante orgânico mais rico em nutrientes e mais barato do que os industrializados. A novidade é que o composto é feito a partir do esgoto. O produto se tornou um forte aliado dos agricultores, já que aumenta a produção e reduz os custos no campo.
Reciclar a biomassa, material que sai do esgoto da cidade, é 50% mais barato do que aterrar os resíduos do esgoto. O fertilizante foi desenvolvido há quatro anos por uma empresa especializada em resíduos. A ideia é de reaproveitar o que era descartado em aterros sanitários.
Atualmente, tudo é misturado com cal para higienizar e calcário para corrigir a acidez. “Ele é feito com aproveitamento da biomassa excedente do tratamento do esgoto sanitário. Tem cálcio e magnésio que são também muito importantes para os vegetais”, explicou a gerente da companhia de esgoto, Neusa Aparecia Monteira Renesto.
nutrientes e mais barato (Foto: Reprodução/EPTV)
Testes
Para comprovar que o produto não contamina o solo e nem a plantação, foram realizados diversos testes. O composto é reconhecido pelo Ministério da Agricultura e é recomendado pelos agrônomos.
“Ele é um complemento de qualidade, porque ele condiciona o solo e melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas, além de fornecer nutrientes para as plantas. O número de cidades que tratam o esgoto, infelizmente, estão abaixo do desejado”, explicou o engenheiro agrônomo Fernando Carvalho Oliveira.
Em um sítio de Matão, por exemplo, o composto foi aplicado na plantação de abacate, cana-de-açúcar e goiaba. Já se passaram 10 semanas e é possível perceber que o desenvolvimento das plantas foi grande. Algumas chegaram a dar frutos neste período. A economia chegou a R$ 30 mil e não se compra mais adubo industrial.
Mensalmente, são produzidas 200 toneladas de fertilizante em Matão. Os caminhões são carregados e o material é enviado para as plantações sem custo para o produtor. Por enquanto, o processo ainda não é feito em muitas cidades no Estado de São Paulo. Além de Matão, Jundiaí (SP) é uma das poucas cidades que também produz o fertilizante biodegradável.