Encontro Brasil-Caribe consolida novas adesões à Aliança Mundial contra a Fome

Publicado por Redação em

A Conferência Brasil-Caribe concluiu-se nesta sexta-feira (13) em Brasília, resultado em importantes adesões à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, além de novos acordos de colaboração entre o Brasil e nações caribenhas. Participaram do evento 16 países da região e entidades regionais do Caribe para debater temas como segurança alimentar, alterações climáticas, transição energética, gerenciamento de desastres e conectividade.

Ao término da conferência, foi confirmada a inclusão de Barbados, Santa Lúcia e Cuba, juntamente com o Banco de Desenvolvimento do Caribe, na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Criada pelo Brasil em novembro do ano passado, durante a Cúpula dos Líderes do G20 no Rio de Janeiro, essa aliança conta com mais de 150 membros dedicados a ampliar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza.

Na declaração final, a presidente da Comunidade do Caribe (Caricom) e primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, ressaltou a liderança do governo brasileiro para mobilizar a comunidade internacional contra a fome e a pobreza extrema. “O Brasil assume uma liderança global nessas questões, refletida em nossos objetivos de desenvolvimento sustentável e que continua a nos motivar”, afirmou.

Mia destacou também que o enfrentamento da fome deve ser tratado com uma abordagem mais humana, evitando reduzi-lo a meros números. “É essencial que os esforços garantam que as regras e a ordem internacional valorizem não só o capital, mas também o progresso e a dignidade humana”, argumentou.

No discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou o avanço das negociações sobre mudanças climáticas e anunciou que o Brasil e os países caribenhos apresentarão uma posição conjunta na COP 30, que ocorrerá em Belém em novembro. Destacou que as nações insulares são das mais vulneráveis aos impactos do aquecimento global.

“Chegaremos a Belém unidos por uma transição justa e inclusiva, exigindo compromissos ambiciosos dos países desenvolvidos para redução de emissões e financiamento eficaz para mitigação, adaptação e compensação de perdas e danos”, declarou Lula.

O presidente também apontou que o Brasil contribuirá para a transição energética e a descarbonização das matrizes energéticas da região, baseado em sua ampla experiência com biocombustíveis, energia eólica e solar.

Além disso, Lula reiterou a necessidade de que a Organização das Nações Unidas (ONU) participe no financiamento da missão de segurança no Haiti ou crie uma nova missão de paz no país. Segundo dados da ONU, cerca de 1,3 milhão de haitianos estão deslocados internamente devido à violência promovida por grupos criminosos envolvidos em crimes graves.

“Os países do Caribe têm sido fundamentais na estabilização do Haiti, porém é necessária uma resposta internacional mais forte. O Brasil apoia um maior engajamento da ONU”, disse Lula, indicando que a Polícia Federal brasileira iniciará treinamento para 400 membros da polícia haitiana em breve.

A presidente da Caricom agradeceu a ajuda brasileira e reforçou a importância da atenção global à crise haitiana. “O Haiti necessita de voz e apoio internacionais como nunca antes. Embora não seja reconhecido como um conflito tradicional, sua realidade deve ser visível, pois mais da metade da população enfrenta insegurança alimentar”, concluiu.

Acordos firmados:

O Brasil anunciou aporte de US$ 5 milhões ao Banco de Desenvolvimento do Caribe para financiar projetos na região, além de celebrar acordos de serviços aéreos com Barbados e Suriname, promovendo maior segurança jurídica nas operações e incentivando o comércio e o turismo.

Foram ainda estabelecidas parcerias para cooperação técnica com a Comunidade das Bahamas e para gestão pública com a República Dominicana.

Além disso, a República Dominicana firmou acordo com o Brasil para intercâmbio na formação consular entre o Instituto Rio Branco e o órgão responsável pela formação diplomática do país caribenho.

O Brasil e Cuba também celebraram um memorando de entendimento entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba, com o objetivo de promover estudos e pesquisas científicas e tecnológicas conjuntas entre os pesquisadores dos dois países.


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