Entre março e julho, foram 274 sepultamentos a mais do que no mesmo período de 2019. Dados são da Secretaria de Desenvolvimento Social; governo afirma que há falta de caixões ‘em virtude da grande demanda’.
O número de enterros sociais, durante a pandemia do novo coronavírus, cresceu 62,5% no Distrito Federal. Os dados são Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Entre março e julho deste ano, o DF teve 274 enterros sociaisa mais do que no mesmo período do ano passado. De acordo com a Sedes, em 2020 houve 712 sepultamentos e em 2019 foram 438 (veja gráfico abaixo).
“Neste período de pandemia, o serviço funerário está com uma média de seis solicitações diárias”, afirma o GDF.
Faltam caixões no DF
O enterro social é voltado para pessoas ou famílias com renda igual ou menor que meio salário mínimo per capita (entenda mais abaixo). Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, responsável pelo programa, há falta de caixões “em virtude da grande demanda”.
Conforme a Sedes-DF, cinco tipos de urnas estão em falta. São caixões dos seguintes tamanhos:
- 1 metro
- 1,20 metro
- 1,60 metro
- 1,90 metro
- 2,10 metros
Nesta quinta-feira (20), o governo informou que tem cerca de 300 urnas de 0,60m, 300 unidades de 0,80m e 25 de 1,40m. A Sedes disse ainda que a região do DF que mais solicitou o serviço foi Taguatinga, com 699 sepultamentos (38%).
A Associação de Funerárias do Distrito Federal (Asfun-DF) afirmou à TV Globo que, desde o fim de junho, as empresas têm doado urnas para realização dos sepultamentos sociais. A organização explica que, no início do mês, enviou um ofício ao governo do DF alertando sobre uma possível situação de “abandono de corpos”.
Segundo a Asfun, no começo da pandemia, diante do estado de calamidade pública, foi proposto à Sedes um acordo para prestar o serviço, com custo de R$ 1,1 mil por enterro. Durante quatro meses, as empresas dizem que realizaram o transporte funerário de graça, sem formalização da parceria.
A associação afirma que, quando o estoque de caixões da Sedes acabou, chegou a doar o material mas, por fim, decidiu encerrar o acordo, diz a associação.
“Vai ter um colapso, [as salas de armazenamento de corpos dos] hospitais vão lotar porque, infelizmente, não tem onde armazenar. Vai ter superlotação”, afirma a presidente da associação, Tânia Batista.
Questionada pela reportagem sobre a falta de caixões, a Sedes informou que o problema “não inviabiliza a concessão do Auxílio por Morte”.
A Secretaria de Desenvolvimento Social disse que a Unidade de Assuntos Funerários conta com dois veículos em funcionamento e um em manutenção. A unidade tem cerca de 12 servidores.
Enterro social
Cemitério de Taguatinga abre espaço para novas sepulturas — Foto: TV Globo/Reprodução
O Auxílio por Morte está previsto na legislação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Ele é voltado para pessoas ou famílias com renda igual ou menor que meio salário mínimo per capita (R$ 522,50 ), que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, o benefício prevê:
- Urna funerária
- Transporte funerário
- Utilização de capela
- Velório
- Pagamento de taxas
- Colocação de placa de identificação