Objetivo é pressionar que a pauta de desoneração da folha de pagamento seja colocada em votação na Câmara dos Deputados para sua renovação
Associações e empresas de 17 setores se uniram às centrais sindicais para preservar mais de 1,2 milhão de empregos ameaçados com o fim da desoneração da folha salarial. Pela primeira vez, todas as entidades de classe dos trabalhadores estão envolvidas e o objetivo é pressionar que a pauta seja colocada em votação na Câmara dos Deputados para a renovação da política de desoneração da folha de pagamento.
O fim da desoneração vai afetar 17 categorias profissionais. Esses setores abrangem segmentos da indústria, serviços, agropecuária, construção civil, transportes, call center e tecnologia e são responsáveis por 8,3 milhões de empregos diretos.
A mobilização é para reforçar a necessidade da manutenção da desoneração da folha, aprovada pelo Congresso, e garantir a manutenção do emprego de milhares de trabalhadores. Além da União Geral dos Trabalhadores, CUT, Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Central dos Sindicatos Brasileiros e Nova Central Sindical de Trabalhadores participam do movimento.
A decisão acontece num momento em que o país conta com mais de 14 milhões de trabalhadores desempregados e as empresas já estão impactadas financeiramente pela pandemia da covid-19. Em um cenário de recessão econômica, os setores foram responsáveis pela manutenção do volume de empregos de carteira assinada no Brasil.
Durante o período da desoneração da folha salarial as empresas investiram em todas as regiões, inclusive em cidades pequenas, gerando empregos, renda e impostos.
O setor de contact center é um dos maiores empregadores do país e será um dos afetados pela medida. Só o setor de telesserviços, também conhecido como contact center, emprega cerca de 1,4 milhões de pessoas, principalmente mulheres, jovens e negros.
“Mesmo durante a pandemia, o setor conseguiu gerar 39 mil empregos entre janeiro de 2020 e julho de 2021. Com o fim da desoneração, será inevitável o aumento dos custos das empresas, o que terá um impacto direto na manutenção e geração de empregos e na expansão de investimentos no setor”, afirma John Anthony von Christian, presidente da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT).
O projeto de Lei nº 2.541/2021, que prorroga a desoneração da folha de pagamentos até o final de 2026, permitindo a substituição do pagamento da contribuição patronal pela folha de pagamento pela Contribuição sobre a Receita Bruta (CPR), é válido até 31 de dezembro de 2021.