Estudo de sintomas do novo coronavírus pode auxiliar a prever necessidade do uso de respiradores pelos pacientes
Pesquisadores do King’s College, em Londres, podem ter descoberto uma forma de prever quais pacientes vão precisar utilizar respiradores e outros dispositivos semelhantes para auxiliar no tratamento do novo coronavírus. Os especialistas acreditam que agrupar os sintomas em seis diferentes categorias pode ajudar a realizar as previsões, conforme reportado pelo The Guardian.
A medida permite identificar pacientes que correm o maior risco de terem problemas respiratórios e, assim, manter uma atenção maior sobre os casos. “Qualquer coisa que você possa fazer para impedir que as pessoas cheguem quase mortas [aos centros de terapia intensiva] aumentará as chances de sobrevivência”, afirmou Tim Spector, coautor do trabalho.
Segundo os pesquisadores, é possível dividir os sintomas em seis diferentes grupos. São eles:
- Grupo 1: pacientes com tosses persistentes e dores musculares. Cerca de 1,5% deles precisam de suporte respiratório e 16% fazem pelo menos uma visita ao hospital.
- Grupo 2: pacientes com tosses e que apresentam perda de apetite e febre. Cerca de 4,4% deles precisam de suporte respiratório e 17,5% fazem pelo menos uma visita ao hospital
- Grupo 3: pacientes que experimentam sintomas gastrointestinais, como diarreia. Cerca de 3,7% deles precisam de suporte respiratório e 24% fazem pelo menos uma visita ao hospital.
- Grupo 4: pacientes com sinais precoces de fadiga severa, dor contínua no peito e tosse. Cerca de 8,6% deles precisam de suporte respiratório e 23,6% fazem pelo menos uma visita ao hospital.
- Grupo 5: pacientes que apresentam sintomas de confusão, perda de apetite e fadiga. Cerca de 9,9% deles precisam de suporte respiratório e 24,6% fazem pelo menos uma visita ao hospital.
- Grupo 6: pacientes que sentem angústia respiratória acentuada, início precoce de falta de ar, dor no peito, além de confusão, fadiga e problemas gastrointestinais. Cerca de 20% deles precisam de suporte respiratório e 45,5% fazem pelo menos uma visita ao hospital.
Ao que os pesquisadores analisaram com dados de 1.653 pessoas que testaram positivo para covid-19, os grupos 1 e 2 podem ser considerados pacientes com casos mais amenos da doença. E que, com isso, é possível prever em que estágio o paciente está antes de precisar receber suporte médico adequado.
“Ao fazer o registro dos tipos de sintoma e de quando eles ocorreram em uma plataforma como um aplicativo médico, é possível aumentar significantemente a habilidade de prever quais pacientes vão procurar hospitais em busca de suporte médico”, disse Spector.
Os números comprovam isso. Segundo os resultados da pesquisa, analisados em conjunto com dados como idade, sexo e existência de outros problemas de saúde dos pacientes, os pesquisadores conseguiram prever em 79% dos casos quando um paciente iria precisar utilizar um equipamento como um respirador. É um percentual maior do que o de 70% obtido apenas analisando as características de cada enfermo.