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EUA: mãe de criança que morreu em centro para imigrantes fala ao Congresso

“Vi minha filha morrer dolorosamente meses antes de seu 2º aniversário”, disse Yazmín Juárez que perdeu sua filha por falta de assistência médica

Imigração: Juárez relatou que ficou presa em uma cela com mais de 30 pessoas dormindo no chão (Erin Scott/Reuters)

Yazmín Juárez, uma guatemalteca que em 2018 perdeu sua filha quando estava detida em um centro para imigrantes nos Estados Unidos, denunciou nesta quarta-feira ao Congresso americano a “crueldade” dos locais de detenção.

Antes da audiência na Comissão pelos Direitos Civis da Câmara dos Representantes intitulada “Crianças em jaulas”, Juárez declarou à imprensa que espera “conseguir uma mudança, fazer a diferença ao revelar o que acontece nos centros de detenção do ICE (Serviço de Imigração), a crueldade com que tratam as crianças, algo extremamente injusto”.

Juárez contou que chegou aos Estados Unidos porque temia por sua vida na Guatemala e após cruzar a fronteira fez um pedido de asilo, sendo levada a um centro de detenção no qual sua filha de 19 meses, doente por ficar em uma “cela fria”, morreu por falta de assistência médica.

“Quando o ICE finalmente nos soltou, levei Mariee imediatamente ao médico”, mas já era muito tarde e a criança morreu seis semanas depois, contou Yazmín.

Perante a comissão, Juárez disse que “o mundo precisa saber o que está acontecendo com tantas crianças”.

“Vi minha filha morrer lenta e dolorosamente meses antes de seu segundo aniversário”, contou Juárez. Ela relatou que ficou presa em uma cela com mais de 30 pessoas dormindo no chão e afirmou que nestes centros as pessoas são tratadas “como se fossem animais”.

Juárez apresentou uma ação contra o governo dos Estados Unidos pedindo 60 milhões de dólares pela morte de sua filha.

O presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, o democrata Elijah E. Cummings, afirmou que o “governo patrocina abusos de menores em grande escala”.

O presidente da Liga de Congressistas Hispânicos, Joaquín Castro, pediu uma maior “prestação de contas” sobre estes incidentes e que a longo prazo se estabeleça um “Plano Marshall” para Honduras, El Salvador e Guatemala, a exemplo do conjunto de investimentos feito na Europa após a Segunda Guerra Mundial.

Na segunda-feira, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, se disse “profundamente chocada” com as condições de detenção dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

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