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EUA registram casos de varíola dos macacos nos 50 estados, o maior aumento global da doença

O primeiro caso documentado do vírus da varíola dos macacos ocorreu em Boston, Massachusetts, no dia 19 de maio de 2022. Os Estados Unidos se tornaram o quarto país fora do continente africano, onde o vírus é endêmico, a experimentar o surto em 2022, declarando-o uma emergência de saúde pública no dia 4 de agosto.

© AFP 2022 / KAREN DUCEY
A partir de segunda-feira (22), o vírus da varíola dos macacos, ou monkeypox, se espalhou para todos os 50 estados dos Estados Unidos, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
O Wyoming se tornou o último estado do país a relatar um caso do vírus na segunda-feira.

O único caso de varíola dos macacos é de um residente do sexo masculino no condado de Laramie, de acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Saúde de Wyoming (WDH, na sigla em inglês). O WDH acrescentou que os representantes estaduais de saúde pública estão monitorando os contatos do indivíduo infectado.
“Como a varíola dos macacos se espalha por contato próximo e íntimo, não acreditamos que o risco do vírus seja agora uma preocupação maior para a comunidade local ou para a maioria das pessoas em Wyoming. Monkeypox não se espalha facilmente como vírus familiares, como influenza ou COVID-19”, afirmou a responsável da saúde e epidemiologista estadual, Alexia Harrist.
De acordo com Harrist, a vacinação é a melhor maneira de “impedir a disseminação” do vírus.
O vírus da varíola dos macacos geralmente se espalha através do contato físico próximo, incluindo contato sexual, com um indivíduo infectado. O vírus pode entrar no corpo humano através de ferimentos na pele, do trato respiratório, olhos, nariz e boca e através de fluidos corporais.
Os sintomas da varíola dos macacos são inicialmente semelhantes aos da gripe, incluindo febre, dor de cabeça, calafrios, dores musculares, cansaço e inchaço dos gânglios linfáticos, que são seguidos por uma erupção cutânea generalizada. Embora raramente fatal, pode causar doenças graves em algumas pessoas.
“Qualquer pessoa pode ficar doente com varíola dos macacos, mas a elegibilidade para a vacina está atualmente limitada às pessoas que estão em maior risco em relação a este surto e como ele está se espalhando. O objetivo é usar os suprimentos de vacinas disponíveis da melhor maneira possível”, acrescentou Harrist.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na semana passada os EUA viram um maior aumento de infecções por varíola que qualquer outro país.
Ainda na segunda-feira, os EUA haviam registrado 15.433 casos da doença, com maior prevalência no estado de Nova York, onde existem cerca de 3.000 casos. Os EUA documentaram seu primeiro caso do surto de 2022 em Boston, Massachusetts, no dia 19 de maio.
O Departamento de Serviços Humanos e de Saúde declarou oficialmente a varíola dos macacos uma emergência de saúde pública no país no dia 4 de agosto.
A administração do presidente Joe Biden tem sido criticada por sua lenta resposta ao surto. No entanto, agora está planejando controlar a doença, distribuindo a vacina JYNNEOS. Em 9 de agosto, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA emitiu uma autorização de uso emergencial para a vacina de duas doses, Modified Vaccinia Ankara (MVA), feita pela empresa de biotecnologia Bavarian Nordic.
O esforço se baseia em uma estratégia nova e não testada de dividir as doses completas para aumentar o estoque limitado de vacinas no país. A nova estratégia de imunização é permitir injeções superficiais, por via intradérmica, entre as camadas da pele, com um quinto do tamanho da dose padrão, em vez de subcutânea, na camada gordurosa abaixo da pele, com a dose maior. Há também planos para acelerar a produção da vacina contra a varíola dos macacos.
Monkeypox é uma doença zoonótica (disseminada entre animais e pessoas) que se origina em animais como roedores e primatas e é endêmica em partes remotas da África central e ocidental. Mais de 35.000 casos de varíola dos macacos foram relatados em todo o mundo em 90 países e territórios, de acordo com a OMS, que considera a varíola um risco moderado para a saúde global. Em julho deste ano, a OMS declarou o surto uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
Acredita-se que os EUA, Espanha, Brasil, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá, Países Baixos, Peru e Portugal sejam os dez países mais afetados.

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