Laboratório da força armada produziu 2,25 milhões de comprimidos, mas nega fabricação em massa do remédio que não tem eficácia comprovada contra Covid-19
O Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx) já gastou quase meio milhão de reais com a produção da cloroquina desde o mês de março, quando começou a pandemia do coronavírus. O medicamento é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro como uma das formas de tratamento da doença, embora especialistas de diversos países discordem dos benefícios da pílula no combate à Covid-19.
Segundo informações do Centro de Comunicação Social do Exército, em resposta a questionamentos da coluna, o laboratório produziu 2,25 milhões de comprimidos de cloroquina 150mg desde março até esta semana, a um custo de R$ 472,5 mil. Os recursos são provenientes do Tesouro Nacional, por intermédio de repasse do Ministério da Defesa.
Como a coluna revelou no mês passado, o Exército aumentou a produção do medicamento a pedido do presidente Jair Bolsonaro e essa ampliação foi um dos motivos para a saída do oncologista Nelson Teich do Ministério da Saúde. Em relação ao crescimento da fabricação de comprimidos após o início da pandemia, o Exército afirmou que não há produção em massa da cloroquina.
“Em nenhum momento ocorreu produção além da demanda apresentada pelos Ministérios da Saúde e da Defesa, não caracterizando, portanto, produção em massa”, informou o Exército.