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sexta-feira, 27/12/24
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Farra dos atestados e receitas pode ter sido usada com fins eleitorais

Ministério Público deflagra a segunda fase da Operação TrackCare com indícios de que médico da rede pública do DF distribuiu medicamentos, sem consulta, para conseguir votos nas eleições de 2014

Os promotores Luis Henrique Ishihara, de Defesa da Saúde (Prosus), e Maurício Miranda, de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde, lideram as investigações
Os promotores Luis Henrique Ishihara, de Defesa da Saúde (Prosus), e Maurício Miranda, de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde, lideram as investigações

 

Onze dias após a primeira fase da Operação TrackCare, que apura fraudes em atestados e receitas médicas da Secretaria de Saúde, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou, nessa terça-feira (20/12), a segunda etapa da apuração. Desta vez, há suspeitas de que o médico Marcus Antônio Costa se beneficiou do esquema nas eleições de 2014, quando disputou uma vaga à Câmara Legislativa. Ele teria distribuído remédios, sem consulta, para comprar o voto de possíveis eleitores, segundo os investigadores.

Um bloco com cerca de 50 receitas médicas apreendido no porta-malas do carro da enfermeira Daniela Toledo, alvo da primeira fase da TrackCare, levou o MPDFT a investigar o uso das folhas. Todas estavam assinadas e carimbadas pelo médico Felix Javier Leon Molinet. Não se sabe se a autenticação é falsa. Em depoimento à Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), Marcus confessou que Daniela e Felix trabalharam na campanha eleitoral dele, mas não soube precisar que atividades eles desempenhavam. Ele, porém, não foi preso.

Antes das 7h de ontem, policiais civis e promotores cumpriram mandados de busca e apreensão em três endereços da capital federal. Os investigadores foram surpreendidos no Centro de Saúde nº1 de São Sebastião. Lá, há indícios de destruição de provas. Informações de prontuários médicos, como guias de atendimento de emergência e segunda via de receitas, podem ter sido queimadas no ano passado. O sumiço dos dados ocorreu em um período específico: 2014. Documentos similares de 2015 e de 2016, por exemplo, estão intactos.

 

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