Segundo França, o emprego estava “represado” no comércio, já que os empresários esperavam mais sinais sobre o futuro da economia antes de tomarem a decisão de demitir. “À medida que fica mais nítido o cenário e o empregador tomou consciência que a economia não vai crescer tão cedo, ele começou a cortar suas despesas e uma delas, infelizmente, é a mão de obra”, afirmou.
Por isso, o assessor econômico da FecomercioSP acredita que o ajuste visto no emprego deve se estender até o final do ano. “O clima ruim no País, a inflação e os juros altos levam os empresários a tomarem atitudes mais drásticas”, explicou. França ressaltou ainda que, além do avanço do desemprego, a diminuição da renda dos trabalhadores acaba por afetar ainda mais a economia, especialmente o comércio. “A crise ainda não chegou no pior momento, pois a deterioração do emprego afetará ainda mais o consumo”, estimou. Para ele, este ciclo só será quebrado quando houver uma sinalização de que a situação econômica do Brasil melhorará no futuro.