Agência de classificação de risco disse que protestos causaram danos à percepção internacional da qualidade e da eficácia do sistema de governança
São Paulo — A Fitch cortou a nota de crédito de Hong Kong, na primeira iniciativa do tipo desde antes da transferência da antiga colônia britânica para a China em 1997.
Citando meses de protestos e persistentes conflitos no território semiautônomo, a Fitch reduziu o rating soberano em moeda estrangeira de longo prazo de Hong Kong, de AA+ para AA, com perspectiva negativa.
“Os eventos atuais também causaram danos duradouros à percepção internacional da qualidade e da eficácia do sistema de governança e do Estado de direito de Hong Kong, e puseram em dúvida a estabilidade e o dinamismo de seu ambiente de negócios” comentou a Fitch em comunicado.
A Fitch atribuiu sua perspectiva negativa à visão de que, mesmo com a recente decisão de Hong Kong de ceder à parte das exigências de manifestantes, é provável que persista um certo grau de descontentamento popular.
Na quarta-feira (04), a chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou a retirada de um polêmico projeto de lei que previa extradições para a China e que acabou se tornando estopim de uma onda de protestos iniciada há cerca de três meses.
Para a Fitch, a possibilidade de novos episódios de tumulto social pode minar ainda mais a confiança nas instituições públicas e manchar a percepção da governança, instituições, instabilidade política e ambiente de negócios de Hong Kong.