Investigadores afirmam que os procurados forneciam informações sigilosas sobre operações específicas e até escoltavam, com viaturas oficiais, foragidos da Justiça.
Investigadores afirmam que os procurados forneciam informações sigilosas sobre operações específicas contra grupos rivais, facilitavam a movimentação dos “bondes” — comboios para atividades criminosas — e até escoltavam, com viaturas oficiais, foragidos da Justiça.
Policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e agentes do MPRJ saíram para cumprir, no total, 10 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão.
Os alvos
- Alcimar Badaró Jacques, o Badá, agente penitenciário, preso;
- André Guedes Benício Batalha, o Gue, agente penitenciário, preso;
- Carlos Eduardo Feitosa de Souza, o Feitosa ou Feio, agente penitenciário, preso;
- Edson da Silva Souza, o Amigo S, agente penitenciário;
- Ismael de Farias Santos, agente penitenciário, preso;
- Leonardo Corrêa de Oliveira, o Sargento Oliveira, PM;
- Luiz Bastos de Olive Ira Junior, o Pqdzinho;
- Matheus Henrique Dias de França, o Franc, PM, preso;
- Pedro Augusto Nunes Barbosa, o Nun, PM, preso;
- Wesley José dos Santos, o Seap, agente penitenciário, preso.
A polícia investiga ainda se a delegada Ana Lúcia da Costa Barros, mulher de Gue, acessou o próprio banco de dados para ajudar a quadrilha. Ela foi alvo de busca e apreensão.
Um dos presos na Operação Heron chega à Cidade da Polícia — Foto: Lívia Torres/TV Globo
Tropa do Zinho
De acordo com a especializada, os servidores tinham contato direto com homens de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão e um dos sucessores de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto pela polícia em junho do ano passado.
Zinho é foragido da Justiça e hoje explora toda a Zona Oeste do Rio.
Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
A investigação começou com apreensão de um telefone celular, realizada durante uma ação em 27 de abril de 2021, na casa de Francisco Anderson da Silva Costa, o Garça.
Garça era um dos principais homens de confiança de Ecko e, segundo a polícia, era responsável pela gestão dos valores da quadrilha — tanto os provenientes das extorsões e taxas, quanto o pagamento de propina a agentes de segurança.
Na ação de um ano atrás, o miliciano conseguiu fugir, mas deixou o aparelho — com o qual a polícia obteve detalhes do grupo paramilitar.
Setores de inteligência acreditam que Garça tenha sido morto a mando de Ecko, em virtude de uma divergência na quadrilha. Ele tinha um mandado de prisão nesta sexta.
A ação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, da Corregedoria Interna da Polícia Militar e da Contrainteligência da polícia.
Morte de Ecko agravou disputa entre milicianos; polícia investiga mortes — Foto: Reprodução/TV Globo