Segundo militar, além de promover o assassinato de figuras-chave no corpo de membros do IRGC, danificar o centro operacional do órgão iraniano por ação secreta contra fábricas e bases operacionais e avançadas de mísseis e drones também seria uma medida de proteção para o Estado judeu.
Em um documento de 74 páginas intitulado “Contra a Estratégia Regional do Irã”, o major-general Eyal Zamir, um dos principais candidatos a assumir o cargo de próximo chefe das Forças Armadas israelenses segundo o The Times of Israel, alertou que Teerã conseguiu estabelecer uma posição significativa na Síria e pediu mais assassinatos de oficiais militares iranianos para conter tais esforços.
“Algumas das milícias iranianas se baseiam em campos especiais na Síria e, no caso de uma campanha israelense contra o Hezbollah no Líbano, eles poderiam disparar mísseis das profundezas da Síria contra alvos israelenses”, escreveu Zamir segundo a mídia.
De acordo com o militar e outras avaliações das Forças Armadas recentes, outras milícias iranianas baseadas na Síria se juntariam a uma potencial batalha ao lado do Hezbollah, não apenas com mísseis.
“Levaria relativamente pouco tempo para movê-los para a fronteira Síria-Israel para lutar nas Colinas de Golã e prender as Forças de Defesa de Israel [FDI], ou transferi-los para o Líbano para lutar ao lado do Hezbollah contra as FDI”, disse Zamir.
Em sua visão, o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) “é a espinha dorsal do regime e o principal meio pelo qual ele busca dominar a região”, e listou várias maneiras pelas quais o Estado judeu e seus aliados poderiam conter os esforços do IRGC.
“Vise a liderança da organização, comandantes e agentes-chave que estão por trás do planejamento e execução de ataques terroristas e subversão; emita mandados de captura internacionais de indivíduos designados; e realize assassinatos direcionados contra indivíduos que planejam ataques [o modelo Soleimani]”, disse o militar no relatório, referindo-se ao assassinato do chefe da Força Quds expedicionária do IRGC Qassem Soleimani em 2020.
Ao mesmo tempo, a autoridade israelense afirmou que mais ações devem ser tomadas para realizar ataques contra instalações iranianas, incluindo silos de mísseis e fábricas, bem como as defesas aéreas do Irã e suas linhas de abastecimento para seus representantes.
“Danifique o centro de gravidade operacional do IRGC – suas capacidades de ataque de longo alcance, como foguetes, mísseis e drones – por ação secreta contra fábricas e bases operacionais e avançadas de mísseis e drones, enquanto prepara um plano de ação para danificar a defesa iraniana”, escreveu Zamir no relatório citado pela mídia.
O militar ainda disse que, embora a rota aérea tenha sido “interrompida em grau significativo”, a rota marítima ainda estava “ativa” e o Irã usava regularmente navios-tanque para contrabandear armas e petróleo para a Síria, principalmente através do porto de Latakia.
Recentemente, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, revelou imagens de satélite mostrando quatro embarcações militares iranianas no mar Vermelho, conforme noticiado.