Segundo Polícia Civil e MPDFT, as mortes ocorreram após vítimas do golpe não conseguirem atendimento médico, pois assinaram contratos falsos com planos de saúde
Pelo menos quatro pessoas morreram vítimas de uma fraude em contratos de plano de saúde no Distrito Federal. Entre elas, três freiras que buscaram atendimento médico e descobriram que haviam sido enganadas ao contratarem o serviço. A informação é da Polícia Civil que, na manhã desta quarta-feira (27/11), cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de quatro suspeitos do crime. Eles são moradores do Sudoeste, de Santa Maria, do Riacho Fundo e do Jardim Botânico. Além disso, três corretoras de seguro localizadas no Setor Comercial Sul também foram alvos da operação. O prejuízo pode ultrapassar R$ 1 milhão.
Os golpistas eram funcionários de corretoras e ofereciam o serviço para pessoas idosas e sem vínculo empregatício. “Eles faziam o cadastro junto as operadoras usando dados falsos. No caso das freiras, uma delas tinha 80 anos e eles cadastraram como se tiver 40 e poucos. Quando as vítimas precisavam ir ao hospital percebiam a fraude e não conseguiram atendimento”, disse o promotor do Ministério Público do Distrito Federalista e Territórios (MPDFT), Paulo Binichesk.
Ele contou ainda que uma das vítimas conseguiu internação em um hospital do DF, no entanto, durante o procedimento o plano de saúde descobriu a fraude e cancelou o benefício. “Agora, a empresa entrou na justiça contra ela e pede R$ 1 milhão pela internação”, afirmou o promotor. Os investigadores ainda apuram o valor total do prejuízo a todas as empresas do Plano de Saúde.
De acordo com o delegado Bruno Carvalho e Silva, diretor da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), o esquema consistia no lançamento de dados qualificativos falsos referentes à idade, condição de saúde e outros nos formulários de contratação do plano de saúde, a fim de reduzir os custo. ”Assim, os beneficiários, em princípio, acreditavam estar contratando os serviços de saúde das mencionadas operadoras, desconhecendo o engodo. Porém, precisavam acionar o plano, tinham suas pretensões negadas, em decorrência da descoberta do golpe pelas operadoras”, explica o delegado.