Ex-parlamentar precisou deixar o mandato para assumir a agência pública
O deputado Marcelo Freixo (PT-RJ) renunciou ao mandato para assumir imediatamente a presidência da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Em carta enviada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), no último dia 17, ele se desligou das funções na Casa para se dedicar integralmente ao novo desafio.
No início do mês, o agora ex-parlamentar já havia feito outra mudança significativa: deixou o PSB, partido no qual concorreu ao governo do Rio, no ano passado, para se filiar ao PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao GLOBO, Freixo explicou a renúncia.
”Eu só poderia assumir a Embratur em 1º de fevereiro, quando o meu mandato terminaria. Renunciando durante o recesso, já posso conduzir o novo desafio. Tenho muito trabalho pela frente, decisões a tomar, e já quero me dedicar com exclusividade a isto. Faltavam poucos dias para o fim da legislatura”, afirmou.
Pela regulamentação da lei das Estatais, Freixo não poderia ocupar a administração da empresa pública enquanto ocupasse o cargo.
A saída do PSB
No ínicio de janeiro, apenas seis meses após entrar no PSB para disputar o governo do Rio de Janeiro, Freixo anunciou que se filiaria ao PT. Escolhido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Embratur, ele explicou que a mudança se deu por insatisfações com a antiga legenda. Além disso, enxerga o PT como único partido capaz de liderar alianças para derrotar o bolsonarismo nas próximas eleições.
”Preciso estar num lugar que tenha construção partidária, coisa que não teve no PSB. Um lugar que tenha trabalho de base. Era o que eu queria fazer no PSB, mas não foi possível, não era esse o projeto”, afirmou Freixo. ”Minha conversa com o PT é para fazer esse processo de formação política e construir uma frente democrática ampla liderada pelo partido onde eu possa ajudar”.
Freixo entregou sua carta de desfiliação pessoalmente ao presidente do PSB, Carlos Siqueira, no dia 30 de dezembro, após o anúncio da escalação final da Esplanada dos Ministérios do governo Lula. Ele diz que a decisão para deixar o partido se deu ainda após a derrota na disputa para o governo do Rio, em outubro. Porém, para não passar a imagem de que estaria indo para o PT para “ganhar ministério”, decidiu esperar a transição ser concluída.