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terça-feira, 16/04/24
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Gasto distrital com combustível é suficiente para dar 32 voltas na Terra

Em tempos de pressão popular por austeridade nos gastos públicos e pelo enxugamento da máquina, os deputados distritais bateram recorde de despesas com verba indenizatória. Os 24 parlamentares gastaram R$ 1,88 milhão com essas cotas de janeiro a junho deste ano, 27% a mais do que no mesmo período de 2012 — o maior valor semestral já registrado. A divulgação da atividade parlamentar e a compra de combustível estão entre as despesas preferidas dos distritais.

Para se promover com o eleitorado, eles investiram R$ 658,8 mil. Já com os R$ 327,3 mil pagos a postos de combustíveis no primeiro semestre, é possível rodar 1,3 milhão de quilômetros — o equivalente a 32 vezes a circunferência do planeta Terra. O balanço de contratação de consultoria jurídica esconde casos de repasses a escritórios de advocacia para causas particulares. É o caso do deputado Washington Mesquita (PSD), que pagou sua defesa em ações de interesse pessoal com a verba da Câmara Legislativa.

O recordista no ranking de gastos da cota no semestre foi o deputado Benedito Domingos (PP)(foto). Na última quinta-feira, a Mesa Diretora decidiu encaminhar um processo contra o distrital à Corregedoria da Casa. Depois de ser condenado por improbidade administrativa em primeira instância pelo Tribunal de Justiça do DF, ele foi alvo de uma representação popular — posteriormente acatada pela Mesa Diretora.

De janeiro a junho, Benedito usou R$ 117 mil. Esse valor é bem próximo ao teto de despesas de cada gabinete, de R$ 20.042 por mês. Em nota, o parlamentar afirmou que a verba indenizatória é usada “a serviço do mandato, dentro do permitido pela Câmara Legislativa”.

Os R$ 327,3 mil gastos com combustível equivalem a 109 mil litros de gasolina — média de 4,5 mil litros por parlamentar entre janeiro e junho. Com o volume, cada distrital teria rodado 54 mil quilômetros no semestre ou 9 mil quilômetros por mês. É como se cada deputado fizesse uma viagem de ida e volta do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS), mensalmente.

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