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quarta-feira, 15/05/24
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GDF promete muro na Esplanada para votação do impeachment no Senado

Estrutura quer evitar possível confronto entre grupos pró e contra o governo. Instalação ocorreu uma semana antes da votação do processo na Câmara.

O governador Rodrigo Rollemberg anuncia balanço das operações de segurança em coletiva realizada no Palácio do Buriti. (Foto: Alexandre Bastos/G1)
O governador Rodrigo Rollemberg anuncia balanço das operações de segurança em coletiva realizada no Palácio do Buriti. (Foto: Alexandre Bastos/G1)

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, afirmou nesta segunda-feira (18) que o muro de 2 km erguido no gramado da Esplanada dos Ministérios para separar manifestantes contra e a favor do governo será erguido no local também para a votação do impeachment de Dilma no Senado Federal. A expectativa é de que o pleito aconteça entre 10 e 11 de maio.

“As divisórias estão sendo retiradas. Quando tiver uma nova votação, em um ambiente de divisão e radicalização, nós retornaremos as divisórias. Não fomos nós que dividimos o Brasil. Há um ambiente de radicalização e o muro foi colocado para garantir que as pessoas pudessem se manifestar livremente e com segurança”, diz Rollemberg.

A estrutura ficou montada no local desde o domingo anterior à votação e começou a ser retirada nesta segunda-feira por funcionários de uma empresa privada e 30 presos.

O governador considerou bem sucedida a operação de segurança durante as sessões da Câmara no fim de semana. Para Rollemberg, a divisão foi necessária para evitar que os manifestantes invadissem o prédio do Congresso Nacional. A medida foi estudada 15 dias antes da votação.

O chefe do Executivo disse que acompanhou os protestos desde as 14h até à 1h, de uma sala de monitoramento.  “Foi uma festa da democracia. Cabia ao governo garantir a segurança dos manifestantes. Um belo espetáculo em que 80 mil pessoas se manifestaram posições contrárias e o fizeram com segurança.”

Para o comandante geral da Polícia Militar, coronel Marco Antônio Nunes, o último domingo foi considerado o dia com maior risco de todo o processo até o momento, por ter maior público. “Nós realizamos apreensões de facões e rojões, mas não registramos ocorrências de brigas em nenhum momento. Felizmente foi a manifestação mais tranquila entre todas as que tivemos, em virtude do policiamento e das divisões dos alambrados colocados na Esplanada. Os grupos sequer conseguiram se enxergar.”

 Para as manifestações foram destacados 1,5 mil bombeiros, 350 agentes do Detran e 1 mil policiais civis. A Polícia Militar utilizou 11,5 mil homens desde segunda-feira (11).

O Serviço de Limpeza Urbana disponibilizou 350 garis, entre a noite do domingo e a manhã de segunda. O grupo removeu 10 toneladas de lixo após as manifestações.

No domingo, duas pessoas foram detidas por carregar rojões em mochilas. A proibição foi anunciada pela Secretaria de Segurança Pública durante a semana. Um dos detidos tinha um mandado de prisão em aberto. Outras duas pessoas foram presas suspeitas de tentar roubar carros na via S2.

O Corpo de Bombeiros registrou 52 atendimentos leves e cinco pessoas levadas para hospitais. Na sexta-feira, a Secretaria de Saúde afirmou que toda a rede de saúde estaria atenta para atendimentos quando fossem necessários. O Hospital de Base concentrou atendimentos de traumatologia e o Hran recebeu os atendimentos de clínica médica e oftalmologia.

Liberação negada
Na entrevista em que divulgou o balanço da segurança pública durante a votação do impeachment na Câmara, o governador Rollemberg disse ter recebido duas ligações do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), pedindo para que o espaço do gramado próximo ao espelho d’água do Congresso Nacional fosse aberto aos manifestantes. O pedido foi negado para que “a segurança dos manifestantes fosse garantida”.

“Nós não nos afastamos do protocolo de segurança em nenhum momento. O que se mostrou uma decisão correta, para evitar invasão do Congresso Nacional. As divisórias foram colocadas para garantir que os manifestantes o fizessem em segurança”, afirmou Rollemberg.

O espaço entre a Alameda dos Estados e o espelho d’água do Congresso foi fechado para evitar possíveis confrontos entre manifestantes. A decisão de bloquear o acesso foi tomada 15 dias antes, também com o intuito de evitar acidentes.

De acordo com o governo, a mobilidade dos manifestantes seria menor e a aglomeração de grande número de pessoas poderia aumentar risco de pisoteamentos em áreas próximas aos taludes que foram instalados no local.

A assessoria de Cunha disse que o presidência da Câmara procurou o governador no dia 9 de abril para pedir a liberação do espaço.

O GDF informou que o governador negociou com as lideranças dos grupos contra e a favor do impeachment e que os envolvidos chegaram à conclusão de que seria mais seguro manter o protocolo.

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