Por ora, o Instituto Butantan ficará sem diretor. Um nome será escolhido pelo secretário de Saúde, David Uip, após uma fase de consultas, que já começou.

O cargo era ocupado até esta terça-feira (21) pelo médico Jorge Kalil, que estava a frente do desenvolvimento da vacina da dengue, já na fase final de testes.

Por ser um cientista especialista de renome internacional no desenvolvimento de medicamentos, Kalil seria convidado a permanecer na instituição. Mas ele adiantou  que vai recusar a oferta quando chegar ao Brasil.

Kalil participava de um congresso na França e disse que recebeu pela imprensa a notícia do seu afastamento. O que o governo negou.

O médico classificou como “ridículas” as irregularidades apontadas por uma auditoria interna que teria sido realizada por uma empresa “sem nome no mercado”.

A auditoria no Instituto Butantan, que é um dos centros de pesquisa mais importantes do País, revelou uma série de falhas administrativas e financeiras consideradas graves pelo governo de São Paulo.

Uma delas é sobre a primeira fábrica de derivados de sangue do País, que deveria estar funcionando desde 2010 e custou quase R$ 250 milhões.

Também foi constatado aumento do número de funcionários da presidência, problemas em contratos, uso do cartão corporativo durante período de férias e o acúmulo do comando do instituto e da Fundação por Kalil até 2015.

O governador Geraldo Alckmin entendeu que há um conflito de interesses. Kalil negou e rebateu todos os apontamentos.

No meio do caminho, ainda teve outro desgaste: o então diretor da Fundação Butantan, André Franco Montoro Filho, pediu demissão acusando Jorge Kalil de má gestão.

Nesta terça, pesquisadores fizeram passeata pedindo a permanência de Jorge Kalil no Instituto.

Segundo o governo, todos os problemas encontrados pela auditoria estão sob investigação no Tribunal de Contas e na Corregedoria do Estado.