Secretaria de Saúde afirma que tem disponibilizado leitos para população ‘com folga’. Até noite de quarta-feira (2), taxa de ocupação na rede pública era de 66,7%.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) começou a planejar a desmobilização gradual dos leitos exclusivos para Covid-19 na capital. De acordo com a pasta, a partir de 26 de setembro, algumas vagas serão desativadas, “obedecendo um cronograma rígido e controlado por técnicos de saúde e estatísticos”.
A SES-DF afirma que tem disponibilizado “com folga” os leitos para a população. Até a noite de quarta-feira (2), segundo dados disponíveis no portal Sala de Situação, havia 719 vagas de cuidado intensivo para pacientes com Covid-19 na rede pública. Dessas 216 estavam livres e a taxa de ocupação era de 66,7%.
Havia, porém, 23 pacientes infectados ou com suspeita aguardando vagas ou transferência para algum tipo de leito de UTI específico, também de acordo com dados disponíveis no portal. Na noite de quarta, a Secretaria de Saúde confirmou mais 1.151 casos de Covid-19 na capital. O total de infectados desde o início da pandemia chegou a 164.649.
Alterações
Segundo o secretário Osnei Okumoto, todos os leitos instalados durante a pandemia serão aproveitados para reforçar o sistema de saúde pública. “Com a redução dos casos, vamos começar a realocá-los”, afirma.
Segundo o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Olavo Muller, a desmobilização “não será rápida nem abrupta”. “Será feita com bom planejamento e avaliada criteriosamente. A desativação dos leitos não será imediata.”
“Primeiro, estamos planejando. Depois, começaremos pelos hospitais particulares e, gradativamente, pelos nossos hospitais. Nada será impensado, tudo será bem planejado”, afirma.
Segundo o gestor, a desativação das camas e estruturas será discutida entre as superintendências e hospitais da rede. “As próximas três semanas vão servir para os gestores planejarem os hospitais com um novo foco. Se um hospital tem 40 leitos de UTI, a gente pode desmobilizar 10, 20, a depender da demanda”.
Hospitais de campanha
Hospital de campanha instalado no Estádio Nacional Mané Garrincha para casos de Covid-19 — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
Na contramão do planejamento de desativação das UTIs para pacientes de Covid-19, o governo afirma que ainda trabalha para entregar dois novos hospitais de campanha, além dos dois que já funcionam na capital – no Estádio Nacional Mané Garrincha e no hospital da Polícia Militar.
Um dos espaços previstos fica no Complexo Penitenciário da Papuda e deve ter 40 leitos. A unidade foi prometida em 11 de abril e deveria ser entregue em 15 dias. Até esta quarta, porém, não havia começado a funcionar.
Outro hospital de campanha que foi prometido pelo GDF e ainda não está funcionando é o de Ceilândia. O governador Ibaneis Rocha (MDB) falou, pela primeira vez, sobre a medida em 11 de maio. A região possui o maior número de infectados e mortos pelo novo coronavírus. Mesmo assim, quase quatro meses depois, o hospital ainda não está pronto.