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segunda-feira, 23/12/24
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‘Governo não tem mais condições de gastar com rodovias’, diz secretário do Planejamento

Responsável pela secretaria de Desenvolvimento de Infraestrutura do ministério disse que União pretende privatizar 40 mil km de rodovias federais. Objetivo é fazer concessão para garantir tarifa reduzida nos pedágios.

O governo federal pretende conceder à iniciativa privada 40 mil quilômetros de rodovias federais. Foi o que informou nesta quinta-feira (14) o secretário de Desenvolvimento de Infraestrutura do Ministério do Planejamento, Hailton Madureira de Almeida. Ele afirmou que a União não tem condições de investir mais nas estradas do país.

“O governo federal não tem mais condições de gastar com as rodovias”, disse o secretário durante o Seminário Internacional sobre Infraestrutura realizado pela Federão das Indústrias (Firjan), no Rio de Janeiro.

Segundo o secretário, atualmente há cerca de 10 mil km de rodovias administrados pela iniciativa privada e o país tem potencial de concessão de 50 mil km. A ideia do governo e licitar os cerca de 40 mil restantes a partir do ano que vem. Para isso, será necessário um estudo prévio.

“O usuário vai ter uma rodovia bem mantida e o governo vai gastar menos”, apontou Almeida.

O secretário destacou que a pasta terá o cuidado de implantar um sistema de concessão que não onere tanto o usuário das rodovias. “O que a gente imagina é um sistema parecido com a concessão feita em grandes cidades, com tarifa reduzida dos pedágios”, disse.

Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella (Foto: Alberto Ruy/MTPA)
Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella (Foto: Alberto Ruy/MTPA)

Somente manutenção

Na quarta-feira (13), o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, ja havia adiantado que o governo iria propor a concessão de rodovias federais a empresas privadas que ficariam responsáveis apenas pela manutenção delas.

Segundo Quintella, as concessionárias não precisariam fazer grandes investimentos como, por exemplo, a duplicação desses trechos. Entre as obrigações estariam trabalhos de tapa-buraco e manutenção da sinalização. A remuneração viria com a cobrança de pedágio, mas com tarifas mais baixas.

O ministro de Transportes informou, porém, ao contrário do que disse o representante do Ministério do Planejamento nesta quinta, que a proposta envolveria entre 10 a 20 mil quilômetros de rodovias.

Outra medida anunciada por Quintella nesta semana diz respeito a uma medida provisória que prevê a possibilidade de aumentar para até 14 anos o prazo para duplicação das rodovias. O contrato de concessão original, assinado pelas concessionárias e que está em vigor hoje, prevê que isso deve ser feito em até 5 anos após elas assumirem as rodovias.

Privatizações nos municípios

Almeida disse também durante o evento promovido pela Firjan que o governo federal pretende criar um fundo para apoiar os municípios a realizarem concessões nas áreas de saneamento, transporte e iluminação.

Segundo ele, o fundo teria um aporte de R$ 180 milhões para ajudar os municípios a desenvolverem estudos de viabilidade dessas concessões.

“Acho que esse é um mercado nem possível de se desenvolver nos próximos anos”, disse.

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