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segunda-feira, 23/12/24
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Haddad diz que suspensão de vinda de haitianos é ‘para acolher melhor’

Acordo suspendeu envio de imigrantes que vinham do Acre para SP. Prefeito diz que medida é necessária para ‘reorganizar o acolhimento’.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira (20) que a interrupção do transporte de haitianos para São Paulo “é necessária para reorganizar o acolhimento dos imigrantes”.

O Ministério da Justiça fez um acordo com o governo do Acre e a Prefeitura de São Paulo para que o transporte dos imigrantes fosse suspenso. O acordo foi anunciado nesta terça-feira (19), depois da chegada de 130 haitianos à capital nesta semana.

Segundo o prefeito, a medida foi tomada “para acolher melhor quem está a caminho daqui”. “Falei ontem com o ministro [da Justiça] José Eduardo Cardozo sobre uma interrupção provisória até que a gente consiga se reorganizar”, acrescentou.

Haddad disse ainda que as equipes municipais estão mobilizadas para acolher da melhor maneira. “Hoje há um desconforto nos acolhimentos e precisamos equacionar isso. Assim que a gente conseguir, retomamos normalmente”, disse.

Haddad informou que irá retomar medidas adotadas anteriormente. “Estabelecemos protocolos de meses atrás que funcionaram bem, sem nenhum tipo de problema. Só precisamos regularizar a situação, o que está desconfortável, sobretudo para os imigrantes. Nossa preocupação maior é com eles.”

O prefeito disse que nem todos os haitianos que vieram para São Paulo permanecem na cidade. “A maioria saiu, a gente, como centro financeiro do país, faz com que o empresário acabe encontrando trabalhador em São Paulo, mas, em geral, os haitianos acabam se fixando nas cidades das empresas contratantes.”

Segundo reportagem do SPTV, o haitiano gasta US$ 4 mil para vir do seu país para São Paulo. Eles chegam em busca de trabalho. As vagas, que alguns anos atrás eram mais acessíveis, estão escassas.

As vagas em São Paulo estão escassas. Nesta terça-feira (19), seis haitianos conseguiram um emprego. Há dois meses, era comum a oferta ser de 50 vagas.

Paróquia
Os imigrantes ficam hospedados na Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Liberdade. O padre responsável pelo local, Paolo Parise, informou que não chegaram novas pessoas na manhã desta quarta-feira (20) .

“Até três anos atrás conseguíamos dar emprego a mais ou menos 61% dos haitianos. Agora não chega a 5%. Aconteceu uma grande diminuição. As vagas atualmente são em frigoríficos em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e também na área de limpeza. Eles trabalham de babá, cuidador de idosos”, disse o padre.

A maior parte dos haitianos viajam em busca de emprego. Eles deixam a família em um país que foi destruído pelo terremoto em 2010. Naquele ano, a paróquia recebeu 28 imigrantes do Haiti. Em 2014, foram 4.680 deles.

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