Veja os cuidados necessários e as doenças investigadas pelo aparelho que mede a atividade do coração durante um dia inteiro
O holter de 24 horas é uma espécie de eletrocardiograma, só que de longa duração. O exame carrega esse nome por causa do aparelho usado – o tal holter – e porque mede o funcionamento do coração durante um dia inteiro.
Para que serve
O teste é indicado especialmente no diagnóstico de arritmias cardíacas, uma vez que registra os batimentos cardíacos em um longo intervalo de tempo. O médico também costuma pedi-lo quando há sintomas como desmaio, palpitação, tontura e suspeita de fibrilação atrial.
Como é feito
O paciente vai até o laboratório, onde eletrodos são posicionados no tórax e conectados ao holter, um pequeno monitor que fica na cintura. Ele então começa a gravar o número de batimentos do coração, eventuais alterações no ritmo e por aí vai.
Cabe destacar que a pessoa segue com sua vida normal. Ela trabalha, dorme e come enquanto o holter faz seu serviço. Só não pode tomar banho com o aparelho – melhor se lavar antes.
No dia seguinte, as informações do aparelho são recolhidas e analisadas. É comum que se peça ao paciente para, paralelamente, anotar em um diário suas principais atividades do dia e eventuais sintomas sentidos.
Os resultados
Assim como no eletrocardiograma, o laudo do holter deve mostrar um ritmo cardíaco sinusal, ou seja, normal. O ideal é que os batimentos estejam entre 60 e 100 por minuto. Os eletrodos registram, além de alterações nesse número, parâmetros como duração das ondas elétricas em cada segmento do peito.
Periodicidade
O exame é solicitado de acordo com a necessidade de investigar alguma doença cardíaca. Pessoas que já infartaram, têm arritmias graves ou risco cardiovascular devem repetir a prova anualmente, via de regra.
Cuidados e contraindicações
É permitido usar celular e aparelhos eletrodomésticos durante o exame, mas colchões magnéticos interferem nos resultados. Medicamentos tomados para males cardiovasculares, como betabloqueadores e antiarrítmicos, podem ser suspensos, de acordo com orientação do cardiologista.
Embora os exercícios físicos não sejam contraindicados, recomenda-se conversar com o profissional sobre o assunto. Até porque o excesso de suor e movimentações abruptas podem afetar a mensuração.
Fontes: João Vicente da Silveira, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.