De acordo com um estudo de Stanford, a infertilidade está associada com o desenvolvimento de outros problemas como doenças cardíacas e diabetes
Homens diagnosticados com infertilidade correm maior risco de desenvolver outros problemas de saúde, como diabetes, doença isquêmica do coração e abuso de álcool e drogas, quando comparados aos homens férteis. É o que diz um estudo publicado nesta segunda-feira, no periódico cientificoFertility and Sterility.
No estudo, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, analisaram os registros de saúde de mais de 115.000 homens férteis, inférteis e também daqueles submetidos à vasectomia em idade reprodutiva.
Os resultados mostraram que, dos três grupos, os inférteis tinham as maiores taxas de risco para quase todas as doenças investigadas, incluindo cardíacas e diabetes. Além disso, homens com a forma mais severa de infertilidade corriam o maior risco de desenvolvimento de doenças renais e abuso de álcool. Os resultados permaneceram iguais mesmo após ajustes para outros fatores, como obesidade, tabagismo e utilização de cuidados de saúde.
De acordo com os autores, esses resultados são surpreendentes, principalmente pela faixa etária dos participantes: a idade média era de 30 anos.
“Os homens em idade reprodutiva normalmente só vão ao médico quando há um grande problema. Na maior parte do tempo a fertilidade é uma das primeiras coisas que os traz ao médico, por isso essa pode ser uma oportunidade para examiná-los para outros problemas de saúde e ver o que está acontecendo com sua saúde geral”, disse Eisenberg, principal autor do estudo.
Entretanto, os cientistas ainda não sabem explicar o porquê da associação entre a infertilidade e o aumento do risco de morte e de problemas de saúde. Algumas possibilidades são: homens inférteis têm níveis mais baixos de testosterona do que os férteis. Essa característica tem sido relacionada com maiores taxas de mortalidade e doenças cardiovasculares.
Outra possibilidade é que a exposição às influências ambientais prejudiciais durante o desenvolvimento fetal poderia ter efeitos duradouros e causar problemas relacionados à reprodução e à saúde em geral.