Senado aprova criação de despesas em ano eleitoral e investidores reagem ao descontrole das contas públicas
Ibovespa hoje: após desabar 11% em junho, o principal índice da bolsa brasileira abre o segundo semestre em queda pressionado pelo risco fiscal e pelo temor de recessão – mesmos fatores que causaram a derrocada no mês passado.
- Ibovespa: – 1,08%, aos 99.541 pontos
O risco fiscal ganhou mais peso no humor dos investidores após o Senado aprovar, na noite de ontem, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dribla a lei eleitoral e permite R$ 41,25 bilhões de novas despesas fora do teto de gastos. A medida vem sendo mal recebida pelo mercado, que teme o descontrole das contas públicas.
Inicialmente chamada de PEC dos Combustíveis, a proposta aumenta o auxílio-gás, cria um auxílio-gasolina para taxistas, amplia o valor e zera a fila do Auxílio Brasil e prevê um “voucher” de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos, que tem sido chamado de “Pix Caminhoneiro”.
A medida estressa o câmbio e o dólar comercial dispara mais de 1% contra o real, superando a marca de R$ 5,30 na máxima do dia.
- Dólar comercial: + 1,32%, a R$ 5,304
No exterior, os futuros dos principais índices americanos operam em baixa após o pior semestre desde 1970.
Investidores ainda estão apreensivos com a inflação e a consequente elevação de juros dos bancos centrais. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em junho, no maior ritmo de aperto monetário em quase 30 anos. O temor é que as medidas, em última análise, causem uma recessão global.
- Dow Jones futuro (Nova York): – 0,34%
- S&P 500 futuro (Nova York): – 0,30%
- Nasdaq futuro (Nova York): – 0,40%