O ministro da Defesa da Índia anunciou que o país pretende passar a desenvolver armas em conjunto com os EUA e relatou uma “resposta muito positiva” das empresas americanas.
A Índia quer deixar a relação de vendedor-comprador com os EUA no setor da defesa e passar a pesquisar e desenvolver armas em conjunto, afirmou na quinta-feira (21) Rajnath Singh, ministro da Defesa indiano.
Singh falou à Câmara de Comércio Americana, sublinhando que os dois países estão “singularmente posicionados para alavancar os pontos fortes um do outro para um modelo que beneficia ambas as partes nos próximos anos”.
“A participação das entidades dos EUA em pesquisa e desenvolvimento conjuntos e a colaboração industrial com os setores público e privado indianos será importante para o sucesso da Aatmanirbhar Bharat [Índia autossuficiente] e para fortalecer ainda mais o relacionamento Índia-EUA”, disse ele.
Durante a reunião bilateral entre os responsáveis pela Defesa e Relações Exteriores dos dois países, realizada em 11 de abril em Washington, a Índia e os EUA acordaram a expansão dos compromissos em alguns dos domínios críticos e emergentes da defesa, com o ministro indiano sublinhando que as empresas americanas deram uma “resposta muito positiva” ao codesenvolvimento, coprodução e investimentos em pesquisa e indústria na Índia.
Nos últimos tempos as companhias dos EUA expandiram sua presença na Índia em parceria com empresas locais. Apesar disso, Washington tem recusado transferir tecnologia de defesa crítica, citando questões de salvaguarda em várias ocasiões, mesmo com a Índia tendo assinado todos os acordos fundacionais a esse respeito.
Para forçar empresas estrangeiras a estabelecer linhas de produção na Índia, Nova Deli proibiu a importação de 310 variedades de equipamentos de defesa desde agosto de 2020, refletindo também a crescente confiança do governo de Narendra Modi na capacidade da indústria nacional de fornecer equipamentos de classe mundial que atendam às exigências das Forças Armadas do país.
Além disso, a Índia cancelou contratos militares de fornecedores estrangeiros no valor de US$ 8 bilhões (R$ 36,98 bilhões).