A taxa de inflação na capital paulista em janeiro, de 0,32%, é a menor para o mês desde 1998, quando atingiu 0,24%, de acordo com dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Além de ter surpreendido o mercado, já que o intervalo das expectativas na pesquisa Projeções Broadcast ia de 0,43% a 0,64%, com mediana de 0,52%, o indicador também mostra que vários grupos atingiram resultados que há tempos não se registrava. Ou seja, reforça o processo de desinflação e mostra que essa dinâmica também é generalizada.
celeração considerável para meses de janeiro, enquanto Saúde (0,70%) registrou a maior variação para o período desde 1997 (1,20%).
Os conjuntos de preços de Alimentação e Habitação – os dois de maiores pesos no indicador – foram os principais destaques de alívio na inflação paulistana em janeiro, especialmente o primeiro.
A classe de despesa de alimentos, que tradicionalmente fica mais pressionada no início do ano, desacelerou para 0,16% no mês passado. A última vez que a taxa ficou num nível tão baixo foi em janeiro de 2006, quando teve queda de 0,21%. Naquela ocasião, o IPC foi de 0,50%. Praticamente todos os segmentos do grupo tiveram alívio em suas taxas de dezembro para janeiro: industrializados (de 0,77% para 0,80%); semielaborados (de -0,86% para -0,77%); in natura (de 0,60% para -0,12%); alimentação fora de casa (de 0,57% para 0,46%).
Já o grupo Habitação, com participação de 31,12% no IPC, ante 24,55% de Alimentação, teve sutil alta de 0,01% na leitura do mês passado, configurando na menor variação desde 2008. Naquela ocasião, Habitação teve deflação de 0,01%. Neste caso, o destaque foi a conta de luz que ficou 2,73% mais barata em janeiro.
Ao contrário do conjunto de preços de Alimentação, o de Vestuário parece ter sido fiel à sazonalidade, porém apresentou o resultado mais baixo para o mês desde 1999, quando teve deflação de 2,26%. Em janeiro deste ano, houve recuo de 0,86%.
Ao registrar variação positiva de 0,50% no mês passado, o grupo Transportes apresentou a menor variação mensal desde 2013 (0,23%).
Nem mesmo o conjunto de preços de Educação, que fica mais pressionado no período, em razão da volta do ano letivo, com encarecimento de material e mensalidades escolares, escapou. Em janeiro, teve alta de 6,51%, que é a mais baixa em quatro anos. Em janeiro de 2013, teve elevação de 6,08%.
Já o grupo Despesas Pessoais, de 0,12% no primeiro mês deste ano, atingiu a marca mais baixa em 16 anos.
12 meses
No acumulado de 12 meses concluídos em janeiro, o IPC acumulou 5,44%. A menor variação acumulada no período foi observada no grupo Transportes (3,30%), seguida pelo conjunto de preços de Habitação (4,08%); Alimentação (5,23%); Vestuário (6,50%); Despesas Pessoais (7,27%); Educação (8,71%) e Saúde (11,80%).