Algoritmo criado por pesquisadores no Reino Unido identificou 50 planetas em dados coletados por telescópios da Nasa
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Uma Inteligência Artificial (IA) desenvolvida por cientistas na Universidade de Warwick, no Reino Unido, apontou a existência de outros 50 novos planetas. Para conseguir fazer essa descoberta, o algoritmo recebeu dados de telescópios da Nasa (como do observatório Kepler e do Transiting Exoplanet Survey Satellite, ou TESS), sendo treinado por meio do uso do aprendizado de máquina.
Os planetas encontrados têm diversos tamanhos e alguns são tão grandes quanto Netuno, enquanto outros podem ser menores.
Segundo eles, o aprendizado de máquina (comumente aplicado em outras áreas da tecnologia e da ciência) não havia sido utilizado ainda para a descoberta de planetas. É por meio desse aprendizado que as inteligências artificiais são treinadas a identificar padrões de comportamento, imagens ou dados, por exemplo.
“Quase 30% dos planetas conhecidos até o momento foram validados usando apenas um método e isso não é o ideal. Desenvolver novas formas de validação é desejável por esse motivo exclusivamente, mas o machine learning também nos permite validar e priorizar os candidatos de forma muito mais rápida”, disse Dr. Armstrong, um dos autores do estudo, em um comunicado publicado no site da universidade.
De acordo com a Nasa, um planeta é confirmado somente depois de passar por algumas análises. Primeiro de tudo é preciso que um cientista faça a coleta de dados de telescópios, estando eles no céu ou no solo.
Isso, no entanto, não é tudo — antes de falar que encontrou um planeta, o cientista precisa definir se o objeto espacial encontrado não se trata de um grupo de estrelas, de asteroides ou se não é até mesmo uma nuvem de poeira ou uma anã marrom.
Depois é preciso confirmar se o que foi encontrado é ou não um planeta com a utilização de um segundo método de observação. Para ser validada, os cientistas precisam ter mais de 99% de certeza em relação a descoberta.
Em seguida é preciso submeter a novidade para um jornal científico e esperar a revisão de pares e a publicação do estudo.
A expectativa dos cientistas é de que o algoritmo desenvolvido por eles poderá servir, no futuro, como uma forma de validação e confirmação mais rápida da existência de novos planetas.