Habilidade de controlar o cansaço tem relação com melhor desempenho, segundo pesquisa
São Paulo – Corredores com inteligência emocional conseguem melhores resultados em corridas. É isso que concluiu um estudo realizado com praticantes de meia-maratona pela Universidade de Pádua, na Itália.
“A habilidade de lidar bem com a fadiga durante a corrida é uma questão fundamental e estamos convencidos de que isso depende, em grande medida, da habilidade das pessoas em gerenciar suas emoções”, de acordo com Enrico Rubaltelli, professor-assistente de psicologia cognitiva da universidade italiana, e também autor do estudo.
A pesquisa foi feita com o objetivo de compreender os efeitos da emoção humana em diferentes aspectos da vida. A conclusão do estudo indica que há ligação entre o controle das emoções e o desempenho melhor em corridas.
Ao PsyPost, Rubaltelli disse que o achado se aplica aos atletas médios, uma vez que o estudo envolveu corredores amadores.
“A principal conclusão é: a boa performance não depende apenas do treinamento físico, mas implica também a habilidade de gerenciar as emoções”, segundo Rubaltelli.
Por estar em consonância com outros artigos sobre a resiliência de pessoas com alto nível de inteligência emocional, o professor diz ainda que o resultado da sua pesquisa provavelmente pode ser generalizado para outros contextos nos quais as pessoas lidam com estresse e fadiga.
Como foi feito o estudo
O estudo envolveu 237 participantes que praticam corrida e correram uma meia-maratona um dia depois de terem preenchido um formulário com questões relacionadas à inteligência emocional. Os resultados das corridas foram então relacionados às respostas do questionário.
A natureza correlativa do estudo pode ter suas limitações. Os autores do estudo dizem ter tomado cuidado ao considerar os diferentes níveis de treinamento e médias pessoais de tempo em corridas.
Os pesquisadores também reconhecem que são necessários mais estudos para coletar dados sobre como melhorar o desempenho de pessoas com pouca inteligência emocional.
O estudo, dos autores Enrico Rubaltelli, Sergio Agnoli e Irene Leo, foi publicado no periódico Personality and Individual Differences.