O índice da FecomercioSP que mede a intenção de consumo das famílias paulistanas ficou estável neste mês, quando a maior segurança dos entrevistados em relação a seus empregos atuais foi contrabalanceada por menor confiança na perspectiva de evolução profissional e maior insatisfação quanto à renda.
De agosto para setembro, o indicador passou de 78,9 para 79 pontos – abaixo, portanto, dos 100 pontos, o que, de uma escala que vai até 200 pontos, indica ainda insatisfação dos consumidores. Houve, porém, avanço de 13% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o índice estava em 69,9 pontos.
Com exceção do item que mede a perspectiva profissional dos paulistanos, todos as segmentações da pesquisa – como o acesso ao crédito e a avaliação sobre o momento para a compra de bens duráveis – estão melhores do que um ano atrás.
A avaliação da Fecomercio é que, embora revele uma menor insatisfação dos consumidores, o avanço do indicador ainda esbarra numa recuperação do mercado de trabalho percebida como muito aquém do necessário para gerar maior conforto às famílias. A tendência, então, é que o índice de consumo, medido mensalmente na capital paulista, mantenha-se próximo ao patamar atual, comenta a entidade.
O item do levantamento que mede a segurança das famílias quanto à situação atual de seus empregos foi o principal destaque da pesquisa deste mês, marcando alta de 1,7% frente a agosto. Embora siga acima dos 100 pontos – na zona, portanto, de satisfação -, a perspectiva de melhora profissional, como a expectativa de promoção no emprego, caiu 1%, para 102,7 pontos.
A melhora de confiança no emprego permitiu altas de 1,1% e de 1,8% nos indicadores da pesquisa que medem, respectivamente, o nível atual de consumo e a perspectiva de consumo das famílias.
De um ano para outro, a proporção de paulistanos que reduziram o consumo caiu de 67% para 60% e o porcentual que respondeu ter intenção de diminuir as compras nos próximos meses já é menos da metade: 47%.
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 27, indica, no entanto, cautela em relação à intenção de compra de bens duráveis, como geladeira, fogão e televisão. Para 70% dos entrevistados pela Fecomercio, o momento ainda não é bom para a aquisição desses produtos, realizada, muitas vezes, a prazo.
O indicador que mede a percepção de acesso ao crédito subiu 0,6% neste mês, para 77,1 pontos, enquanto, na direção contrária, a situação da renda atual cedeu 1,6% ante a agosto, totalizando 89,8 pontos. Por outro lado, ambos indicadores superam com folga as marcas de igual período do ano passado em decorrência, segundo a Fecomercio, da queda da inflação e dos juros. Frente a setembro de 2016, as famílias com maior acesso ao crédito avançaram 14,5%, ao passo que as que tiveram melhora de renda mostraram alta de 14,8%.