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terça-feira, 24/12/24
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Investimento direto no Brasil em setembro é o menor para o mês desde 2005

Resultado de US$ 1,6 bilhão é 73% menor do que o registrado no mesmo mês de 2019

Investimento caíram desde o início da crise causada pela pandemia de coronavírus (FG Trade/Getty Images)

O Investimento Direto no País (IDP) no mês de setembro foi o menor para o mês desde 2005, segundo as estatísticas divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando o IDP foi de US$ 6 bilhões, a entrada de US$ 1,6 bilhão em 2020 significa uma redução de 73%.

O número é um pouco menor do que o resultado de R$ 2 bilhões estimado pelo Banco Central. Desde o início da crise causada pela pandemia de coronavírus, os montantes que entram no país vem ficando abaixo dos registrados nos últimos anos.

Mesmo na comparação entre os meses de 2020, agosto e setembro apresentaram números inferiores aos registrados em maio, junho e julho, que vinham com resultados melhores do que abril, considerado o mês com impacto mais agudo da crise.

Nos últimos doze meses, o IDP totalizou US$ 50 bilhões (3,31% do PIB), número menor dos que os US$ 54,5 bilhões (3,52% do PIB) no mês anterior.

Já no mercado financeiro, o Banco Central registrou entrada de US$ 1,2 bilhão, resultado da saída de US$ 972 milhões em ações e fundos de investimento e de ingresso líquido de US$ 2,2 bilhões em títulos de dívida. No ano até setembro, o país teve saída líquida de US$ 27,1 bilhões ante entrada de US$ 2,6 bilhões no mesmo período de 2019.

Contas externas

Já as contas externas continuam registrando superávit. Foram US$ 2,3 bilhões de resultado positivo em setembro contra US$ 2,7 bilhões de déficit no mesmo mês de 2019. No entanto, o resultado foi menor do que o esperado pelo BC, que aguardava por um superávit maior, de US$ 3,7 bilhões. Para outubro, a estimativa é de superávit de US$ 1,2 bilhão.

As transações correntes das contas externas são resultado da balança comercial, da balança de serviços e pelas rendas, como remessas de juros, lucros e dividendos. O item que puxou o superávit foi o resultado positivo na balança comercial de Us$ 5,4 bilhões.

Esse superávit foi alcançado pela queda grande nas importações de bens, com redução de 23,3% seguida de um recuo em intensidade menor nas exportações, de apenas 9,1%. Esse fenômeno tem sido recorrente durante a crise. Com a desaceleração do comércio mundial, o Brasil tem reduzido as importações de forma muito mais intensa do que as exportações, o que tem criado sucessivos superávits.

O setor de serviços também contribui com o resultado do mês com um recuo para US$ 1,6 bilhão, queda de 35,3% na comparação com setembro de 2019. Essa redução foi influenciada pelos números ainda baixos de gastos em viagens internacionais.

Neste mês, as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 301 milhões, resultado 77% menor do que em setembro do ano passado. Já os gastos de turistas estrangeiros no Brasil caíram 59%, de US$ 400 milhões em 2019 para US$ 164 milhões neste ano.

Outro resultado que auxiliou a construir o superávit foi a queda de 56,5%, em relação ao mesmo mês de 2019, do déficit na renda primária, que envolve envio de lucros e dividendos para o exterior e gasto com juros. Com a atividade econômica mais devagar, as filiais de empresas estrangeiras no Brasil tendem a diminuir as remessas de recursos para as matrizes.

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