Mahmud Abbas afirmou em reunião da Organização para a Libertação da Palestina que a votação depende da aprovação do governo israelense da campanha em Jerusalém Oriental
Ramallah, Territórios palestinos – As primeiras eleições palestinas em 15 anos serão realizadas apenas se Israel autorizar sua organização em Jerusalém Oriental, o setor leste da Cidade Santa ocupado por aquele país, disse o presidente palestino, Mahmud Abbas, nesta quinta-feira (29).
Abbas deu essas declarações durante uma reunião da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, na qual discutiu um possível adiamento ou cancelamento das eleições legislativas palestinas, marcadas para 22 de maio, seguidas pelas presidenciais no final de julho.
Há várias semanas se espalham boatos sobre a realização ou não das eleições, segundo um calendário anunciado no início do ano por Abbas e estabelecido no marco de um acordo de reconciliação entre seu partido, o Fatah (secular) e os islâmicos do Hamas.
Após as últimas eleições legislativas em 2006, as tensões entre o Fatah e o Hamas levaram a confrontos e uma divisão geográfica no poder entre a Autoridade Palestina, controlada pelo Fatah e com sede na Cisjordânia ocupada, e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Jerusalém Oriental não é controlada por nenhum dos lados porque Israel a anexou há mais de 50 anos.
No entanto, Mahmud Abbas indicou na noite de quinta-feira que a organização das eleições depende de Israel aprovar a campanha eleitoral e a votação em Jerusalém Oriental, onde vivem mais de 300.000 palestinos.
“Se dentro de uma semana Israel aceitar que as eleições sejam realizadas em Jerusalém, como em 2006, haverá eleições.Mas até agora ainda não recebemos autorização”, disse Abas.
“Se eles [israelenses] disserem ‘sim’ amanhã, então a partir de amanhã continuaremos com as eleições”, acrescentou o presidente palestino de 85 anos, que enfrenta uma rebelião interna dentro de sua formação.
Um desses movimentos é liderado por Mohamad Dahlan, opositor exilado nos Emirados Árabes Unidos, e outro por Naser al Kidwa, sobrinho de Yasser Arafat.