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segunda-feira, 18/11/24
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Jazz busca novos espaços na cidade e atrai o público jovem

Saiba onde o ritmo pode ser ouvido na capital federal

Créditos: Arquivo Pessoal. Quarteto505.
Créditos: Arquivo Pessoal. Quarteto505.

Com raízes na música negra, marcado por improvisação, suingue e ritmos não lineares, o jazz mostra que pode manter suas tradições sem deixar de se reinventar. Conhecido por se desenvolver em diferentes estilos, o ritmo tem atraído um público mais jovem para eventos específicos na cidade. Com o gypsy jazz, mais energético que sua versão clássica, a música movimenta a noite brasiliense e enche espaços que dão vida ao som, como Beco do Jazz, Alpendre413, Buraco do Jazz, Pinella e eventos como a Quinta Mais. Entre improvisos e solos, a comunicação com o público é uma das características principais do ritmo.

Gustavo Frade é responsável por dois dos mais movimentados espaços especializados na cidade: Beco do Jazz e Buraco do Jazz, que antigamente se chamava El Clandestino. O Buraco abriga eventos mais despojados e sem compromisso com a formalidade. O proprietário conta que muita gente sai direto do trabalho para curtir o som na quadra 214 Sul. A alimentação fica por conta de cinco food trucks e as bandas que se apresentam tocam exclusivamente jazz.

“As bandas que querem tocar me enviam uma amostra do estilo que tocam e lembro que é um evento na rua, tem que ser agitado, caso contrário, o público pode ficar desestimulado. Sempre falo que a ideia é agitar o pessoal, colocar todo mundo para dançar”, afirma.

Seguindo a mesma linha da informalidade, o Beco do Jazz acontece na quadra 412 Sul, em frente ao bar Baixa Cozinha Espanhola. Nesse evento, o grupo toca na calçada e Gustavo Frade explica que o menu é mais elaborado, com tábuas de frios e culinária espanhola, “Às vezes, servimos uma paella feito pelo Chef Lucas Araújo. Pedimos que as pessoas tragam vinhos de casa e suas próprias bebidas, queremos proporcionar um espaço sem formalidade e com grande qualidade sonora das bandas.”

Entusiasta do gênero, Gustavo acredita que a cidade está ampliando as possibilidades de apresentação para os artistas locais e que as bandas atuais estão mais especializadas em seus estilos. O jazz que se toca em Brasília é mais agitado, com acordes embalados por ritmos contemporâneos. “O estilo de jazz que tocado em ambos evento é o contemporâneo. Particularmente, eu chamo de Incandescente Jazz, em que o ritmo é agitado, com um tema vibrante para envolver as pessoas”. O envolvimento do público lembra as origens do gênero, que apareceu primeiro em jam sessions, em que músicos e plateias se integravam.

Alternativas
Rosana Loren é vocalista da banda de jazz contemporâneo Quarteto505, formada por vocal, guitarra e bateria. A cantora ressalta que se apresenta periodicamente no Buraco do Jazz e que a criação de novos espaços tem sido de grande importância para os artistas da cidade. “Antes, a gente tinha mais bares para tocar e também era muito tranquilo fazer um som ao ar livre. Com a Lei do Silêncio, isso mudou e os músicos de Brasília, que são reconhecidos em outras cidades por sua alta qualidade, começaram a buscar mais alternativas”, conta.

A brincadeira musical, criada entre improvisos e arranjos próprios, ganhou ares profissionais quando viu que o retorno do público era grande. “Aqui na cidade temos muitos músicos excelentes mas a quantidade de espaços para tocar ainda é pequena. Tenho notado que o público que frequenta os eventos é bem variado, vejo jovens e adultos de diversas idades”, conta a vocalista.

O Alpendre413 também atrai grande público e pretende se transformar, em breve, numa casa cultural, com a criação de uma galeria de artes que se junta à programação musical. Tatiana Anjos organiza a agenda do espaço e faz participações em uma das bandas que tocam no local. O jazz entra na programação de sexta e sábado e as apresentações passam por diferentes estilos, desde o clássico até versões de pop music em ritmo de jazz. “Nosso público é bem diversificado e vem em busca de um ambiente agradável. Uma das apresentações mais impressionantes que tivemos foi a da Gypsy Jazz Club, uma banda brasiliense que toca jazz cigano”, lembra Tatiana.

 Arquivo Pessoal
Músicos do GTR se apresentam no Alpendre413, uma das opções para quem quer curtir o som do jazz na capital

O Bar da Chica, conhecido pelo ambiente informal e amigável, é outra casa que abriu as portas para o ritmo. Com o projeto Sexta Jazz na Chica, o local se junta aos espaços brasilienses que oferecem programação fixa para os fãs do gênero. Entre seus arranjos e misturas, as composições de jazz influenciam músicas de diferentes estilos e gerações. O crescente interesse dos jovens mostra que a renovação do público e do próprio estilo só continuará a crescer em Brasília.

Onde escutar
Alpendre413
(Asa Sul, CLS 413) – Sextas e sábados, a partir das 20h (jazz, rock e blues)

Bar da Chica
(Asa Norte, CLN 409) – Toda sexta-feira, a partir das 19h

Beco do Jazz
(Asa Sul, CLS 412) – Todo sábado, às 19h

Buraco do Jazz
(Asa Sul, CLS 214) – Toda quinta-feira, às 18h30

C’est si Bon
(Asa Norte, CLN 213) – Toda quinta-feira, projeto Quinta Mais, a partir das 20h30 (volta no dia 2 de março)

Pinella
(Asa Norte, CLN 408) – Toda terça-feira, a partir das 19h

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