Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido desde 2019, reconheceu que participou de festas envolvendo várias pessoas durante lockdowns anti-COVID-19 em 2020 e 2021.
O premiê britânico Boris Johnson assumiu nesta quarta-feira (25) “responsabilidade total” por ter realizado festas em Downing Street, Londres, Reino Unido, durante lockdowns contra a COVID-19, que têm sido chamadas de Partygate.
Johnson respondeu na Câmara dos Comuns, o Parlamento do país, à publicação de Sue Gray de seu longo esperado relatório sobre o escândalo, agradecendo e repetindo seus anteriores pedidos de desculpas.
“Eu assumo total responsabilidade por tudo o que aconteceu sob minha responsabilidade. O relatório de Sue Gray enfatizou que cabe à liderança política assumir a responsabilidade final, e é claro que eu assumo”, disse ele.
Ao mesmo tempo, ele considerou esta uma “oportunidade” para “fornecer o contexto” dos eventos, negando ter enganado deliberadamente o Parlamento quando disse que não estava ciente de ter quebrado as regras de seu cargo, algo que exigiria sua demissão nos termos do Código de Conduta Ministerial.
Na sua opinião, as festas de partida e outras reuniões sociais de que tomou parte eram eventos de trabalho legítimos, e permitiram à sua equipe governamental relaxar. Além disso, sublinhou, as restrições aos contatos foram quebradas apenas oito vezes em um espaço de cerca de 600 dias.
Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista opositor, foi o primeiro a atacar a Johnson, exortando os membros do Partido Conservador, ao qual Johnson pertence, a iniciar um concurso de liderança interno.
“Quando as pessoas estão trabalhando duro, um dia atrás do outro, pode ser difícil criar uma distinção entre o trabalho e a socialização”, respondeu o premiê do Reino Unido, e acusou Starmer de ele próprio ter quebrado as regras de lockdown.
A polícia britânica impôs até agora 83 multas aos membros do governo por quebrarem as regras de lockdowns, incluindo uma ao próprio Boris Johnson.