Francisco Manoel da Silva, de 53 anos, estava embriagado no momento do acidente e não tem carteira de habilitação. Com decisão, ele deve ficar preso por tempo indeterminado; três vítimas estão em estado grave.

A Justiça do Distrito Federal converteu em preventiva a prisão do motorista acusado de atropelar cinco crianças em Ceilândia, no DF, neste domingo (22). Francisco Manoel da Silva, de 53 anos, estava embriagado e não tem carteira de habilitação.
As crianças têm entre 4 e 10 anos; três delas continuam em estado grave (veja detalhes abaixo). O homem passou por audiência de custódia na manhã desta terça-feira (24). Com a decisão, ele deve ficar preso por tempo indeterminado.
O condutor do veículo foi autuado pelos crimes de lesão corporal culposa, qualificada pela condição de embriaguez do autor e por dirigir veículo sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O g1 tenta contato com a defesa de Francisco.
Ao justificar a manutenção da prisão, a juíza Monike de Araújo Cardoso Machado, entendeu que ele assumiu o risco ao dirigir sem habilitação e embriagado. Além disso, não prestou socorro às vítimas e tentou fugir do local.
Na decisão, a magistrada considerou ainda que o motorista já respondia por dirigir sem habilitação, em um caso de 2015. Machado considerou os fatos como gravíssimos e os resultados dessa prática como “avassaladores”.
Prisão
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/S/Y/511giLTg6jQ3TBhUMkQg/carro-atropelamento.jpeg)
Polícia aguarda laudo da dinâmica do acidente, em Ceilândia, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
O motorista foi preso em flagrante pela Polícia Militar após tentar fugir do local do acidente. Ele acabou impedido por motociclistas que presenciaram o atropelamento.
A embriaguez foi constatada no Instituto Médico Legal (IML), pelos sinais e a própria confissão do condutor, que afirmou ter bebido doses de uísque pela manhã. Ele também não tinha carteira de habilitação.
Segundo a PM, o teste não foi realizado no local do acidente porque pessoas tentavam agredir o homem. Ele chegou a ser conduzido para uma unidade de saúde por causa das agressões.
De acordo com o delegado-chefe da 15ª Delegacia de Polícia, que investiga o caso, Antônio Dimitrov, o motorista, de 53 anos, prestou depoimento ainda neste domingo. Os depoimentos das vítimas, que têm entre 4 e 10 anos, não serão necessários para a conclusão do processo.
Nesta segunda-feira (23), a Polícia Civil do DF aguardava um laudo sobre a dinâmica do acidente para concluir as investigações do acidente.
Estado de saúde das crianças
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/m/A/keY8eAToWkwTMxBPGZbA/atropelamento-ceilandia.jpeg)
Cinco crianças foram atropeladas em Ceilândia, no DF, neste domingo (22) — Foto: TV Globo/Reprodução
Após o acidente, as cinco crianças foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros. Três foram levadas, em estado grave para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas acabaram transferidas para o Hospital de Base (HBDF), devido ao quadro de saúde.
Segundo familiares, duas meninas de 6 anos, e uma de 4 anos, passaram por operações na cabeça, fêmur e coluna. Todas tiveram traumatismo craniano. Nesta terça-feira, elas continuam na UTI, respirando por aparelhos.
Irmã de uma das vítimas, uma menina de 10 anos segue em observação na UTI do Hospital de Base, mas respira sem ajuda de aparelhos. Ela estava no Hospital de Ceilândia, e foi transferida ontem com suspeita de sangramento na cabeça porque não estava reconhecendo familiares.
Inicialmente, um amigo da família informou à reportagem que as vítimas eram primas. No entanto, quatro delas são da mesma família e uma é vizinha das meninas.