O secretário-geral da ONU, António Guterres, e seu secretariado estão “se esquivando” a comentar a necessidade de uma investigação imparcial sobre os ataques à bomba ao gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte), disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Ele observou que, na questão da investigação das explosões no gasoduto submarino, que requer interesse e envolvimento ativo, o secretariado da ONU “tem sido completamente passivo e distante”.
“Tanto o secretário-geral quanto sua equipe evitaram responder a estas questões de todas as maneiras possíveis. Apresentamos uma resolução ao Conselho de Segurança solicitando ao secretariado da ONU que organizasse uma investigação imparcial. Penso que os fatos flagrantes que estão na esfera pública hoje e a reação, a vergonhosa reação na mídia ocidental a estes fatos evidenciada nos últimos dias, certamente não passarão despercebidos”, disse Lavrov aos repórteres.
Ele apontou que qualquer membro consciente da comunidade internacional deve insistir em uma investigação internacional imparcial para que “os perpetradores deste ataque terrorista não escapem da responsabilidade”.
O que já se sabe sobre as explosões dos gasodutos
Recentemente, o New York Times noticiou, com base em dados de inteligência, que um grupo pró-ucraniano teria estado por trás da sabotagem dos gasodutos Nord Stream.
Por sua vez, o jornal alemão Die Zeit escreveu que os vestígios do ataque aos gasodutos levam na direção da Ucrânia.
O Ministério Público Federal alemão confirmou à Sputnik que foram realizadas buscas em um navio alegadamente carregado com materiais para explodir o Nord Stream.
No entanto, o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov chamou as publicações que apontam para o envolvimento da Ucrânia de “operação coordenada de desinformação”.
Ele expressou perplexidade quanto à capacidade das autoridades norte-americanas, mencionadas nas publicações, de fazerem suposições sobre ataques terroristas ao Nord Stream sem antes haver uma investigação.
Os ataques ocorreram simultaneamente em 26 de setembro de 2022 nos dois gasodutos russo-alemães que transportavam gás natural russo para a Europa – o Nord Stream 1 e Nord Stream 2.
A Alemanha, a Dinamarca e a Suécia não descartaram que tivesse sido um ato de sabotagem.
A operadora dos gasodutos, a Nord Stream AG, informou que a situação de emergência nos gasodutos foi inédita e que o tempo de reparos não poderia ser avaliado.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a explosão dos gasodutos foi um óbvio ato de terrorismo.
O Pentágono tem negado qualquer envolvimento dos EUA.