Parlamentares tentavam mudar configuração do grupo de investigação para favorecer o governo
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta quinta-feira (29/4), um pedido de senadores governistas para afastar Renan Calheiros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19. Com a decisão, o parlamentar poderá continuar na relatoria do grupo de investigação.
O pedido enviado ao Supremo foi assinado pelos senadores Jorginho Mello, Eduardo Girão e Marcos Rogério. Eles alegam que Calheiros não poderia ficar na relatoria por conta do filho, que é governador de Alagoas, e pode ser um dos alvos da investigação. Os parlamentares alegam que o relator não “será imparcial”.
Renan Calheiros foi indicado ao cargo pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). A comissão foi instalada para investigar “ações e omissões do governo federal” em meio à pandemia. Nesta quinta-feira, o país ultrapassou a marca de 400 mil mortos pela doença, sendo a maior perda de vida de brasileiros pela mesma causa desde o genocídio indígena e a escravidão.
O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que não vê “a existência de fundamento relevante, ao menos neste juízo preliminar, suficiente para determinar a suspensão cautelar do ato combatido”.
O pedido também solicitava o afastamento do senador Jader Barbalho (MDB-PA), suplente na CPI e pai do governador do Pará, Helder Barbalho — demanda que também foi negada.