Os recursos devem ser aplicados ao longo dos próximos anos para ajudar a economia da União Europeia a se recuperar da pandemia
Atingida em cheio pela pandemia do novo coronavírus, a Europa busca agora maneiras para conter os prejuízos econômicos e acelerar a sua recuperação. Nesta sexta-feira, os líderes dos 27 países da União Europeia se reúnem em um encontro virtual justamente para debater a criação de um fundo emergencial de 750 bilhões de euros para ajudar a reabilitar a sua economia combalida pela crise.
A ideia de criar um fundo de recuperação surgiu no fim de abril quando já havia ficado claro que os impactos econômicos da pandemia seriam profundos e duradouros. Pouco mais de um mês depois, o presidente da Comissão Europeia, Charles Michel, apresentou a proposta de levantar 750 bilhões de euros com os países membros.
O fundo ganhou o apelido de “Nova Geração”. Inicialmente, o plano é alocar dois terços dos recursos para subvenções. O restante seria destinado a financiar empresas e projetos que ajudem na recuperação. Mas há resistência de alguns países, como Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia, que defendem que 100% dos recursos sejam distribuídos por meio de financiamentos.
A expectativa é que o encontro desta sexta-feira sirva para debater os detalhes do fundo e para se chegar a um acordo comum entre os países membros. A estimativa é alcançar um entendimento até julho, de acordo com diplomatas ouvidos pela agência Reuters.
Segundo as estimativas do Fundo Monetário Internacional, a economia dos países da zona do euro deve registrar uma queda de 7,5% do Produto Interno Bruto em 2020. No primeiro trimestre, a retração foi de 3,6%. Setores como o de turismo, aviação e serviços formam duramente impactados. A expectativa é que o novo pacote econômico ajude a minimizar o prejuízo e fazer com que a retomada seja mais ágil.
Além do fundo de recuperação, outros assuntos importantes também estarão na pauta do encontro de hoje. Um deles é o debate em torno do orçamento da União Europeia para o período entre 2021 e 2027 – um tema prioritário para o bloco este ano.
Até o momento, a expectativa é que 1,1 trilhão de euros sejam alocados pelos países para financiar as ações e o funcionamento da União Europeia nos próximos sete anos. Também deve entrar na discussão a extensão por mais seis meses das sanções aplicadas pela União Europeia à Rússia, adotadas depois da anexação da região da Crimeia, que fazia parte da Ucrânia, em 2014. Como se vê, será uma sexta-feira movimentada para os líderes europeus.