Aliados de Zuzinha dizem que houve “traição” e membros do partido foram ameaçados de demissão de cargos no governo paulista se não votassem com a chapa apresentada de surpresa. A intenção, segundo eles, é diminuir o poder de Zuzinha no diretório e viabilizar internamente eventual candidatura à Prefeitura de alguém ligado ao grupo de Aníbal. O próprio Bruno Covas tenta manter-se como opção no ninho tucano paulistano.
Zuzinha suspendeu a reunião e convocou novo encontro para esta quinta-feira, 04, quando foi eleita uma nova Executiva. “Indiquei dois nomes ligados a Bruno e Aníbal porque não queremos que o partido seja representado por apenas um agrupamento”, disse. Aníbal não reconhece a legitimidade da chapa eleita ontem. “A reunião foi feita com expressiva participação de suplentes.”
Ele afirmou que os membros da Executiva eleita na terça vão encaminhar ainda hoje a ata da reunião para que o diretório estadual arbitre sobre esta questão. “Não vamos judicializar uma coisa que é partidária”, disse. Ao convocar nova reunião, diz Aníbal, Zuzinha estaria “tentando encontrar caminho para legitimar sua chapa”. Seria uma forma, segundo ele, de viabilizar a candidatura do vereador Andrea Matarazzo. “Ele nem aparece nas pesquisas.”
Zuzinha nega o apoio à candidatura de Matarazzo, mas disse ver um movimento de conspiração para excluí-lo da disputa. “Eles estão excluindo o Matarazzo para ter uma suposta maioria. Essa manifestação é exatamente alijar um grupo, o que na minha visão não contribui para construção da unidade partidária. É uma prévia para as eleições”, disse.
O vereador disse achar “estranha” a postura de Bruno Covas. “Não consigo entender a postura do Bruno. Ele me surpreendeu muito negativamente nesse processo todo”, disse ele, lembrando que coordenou a campanha do sobrinho para deputado estadual em 2006.
Bruno Covas justificou o que ocorreu na terça afirmando que o grupo do qual faz parte se sentiu sub-representado na mesa apresentada por Zuzinha. “Não é nada contra ele”, disse. Embora diga que “até o momento” não pensou em se candidatar, o deputado comentou que a atitude de Zuzinha “dá a entender que ele tem compromisso com a outra candidatura”.
O até agora único pré-candidato do PSDB à Prefeitura em 2016, vereador Andrea Matarazzo, afirmou que a divisão interna prejudica a formação de uma candidatura sólida do partido para o ano que vem.
“O ideal é que o partido esteja unido para todos trabalharem com afinco pela candidatura, seja ela de quem for”, disse. Matarazzo ressaltou que a definição do nome “não se dá na Executiva municipal”, mas em “instâncias superiores”.
O governador Geraldo Alckmin, principal herdeiro político de Mário Covas, prefere não se posicionar sobre a disputa no diretório municipal. Ele se concentra, neste momento, na definição de nomes para os diretórios estadual, cuja eleição ocorre em junho, e nacional, que terá eleição em julho. .