Segundo investigação, hospital impediu que mulher fosse transferida e dificultou entrada de policiais na unidade após tia da paciente fazer denúncia. Cirurgião-plástico equatoriano Bolívar Guerrero foi detido no centro cirúrgico. Hospital diz que acusações são ‘infundadas’ e que médico não é sócio.
Policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias) prenderam, no início da tarde desta segunda-feira (18), um médico suspeito de manter uma paciente em cárcere privado em um hospital particular na Baixada Fluminense.
Além de prender o cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva, os agentes foram à unidade de saúde para resgatar a mulher. A família dela afirmou à polícia que a paciente está sendo mantida em cárcere privado há quase dois meses, desde que um procedimento estético na barriga deu errado.
Em nota, o hospital diz que as acusações são “infundadas” e que Bolívar não é sócio da unidade (veja a íntegra no fim da reportagem).
A equipe que trabalha com o cirurgião plástico fez uma postagem em uma de suas redes sociais e negou que o médico estivesse mantendo a paciente em cárcere privado. Segundo a publicação, Bolívar topou liberar a paciente, desde que ela assinasse um documento se responsabilizando por qualquer problema após a liberação.
Veja abaixo um trecho da nota:
“O dr. Bolivar foi prestar um depoimento na delegacia. Ele não estava mantendo paciente nenhuma em cárcere privado. Ela estava fazendo curativo e sendo assistida no hospital dele por ele. Porém ela queria ser liberada sem ter terminado o tratamento e ele como médico seria imprudente de liberá-la. Ele disse que poderia liberá-la se ela assinasse a alta à revelia (documento ao qual a paciente se responsabiliza por qualquer coisa que acontecer após sua liberação) e ela não quis assinar. Ele disse que liberaria somente se ela assinasse. Como ela não assinou ele não liberava. O intuito dele é prestar toda assistência a paciente até ela está recuperada”, dizia a publicação.
Até as 12h50, ainda não havia informações sobre uma possível transferência da paciente para outra unidade de saúde.
Os policiais cumpriram mandados de prisão preventiva, de busca e apreensão e de condução coercitiva no Hospital Santa Branca.
Pedido de socorro
Na semana passada, a tia da mulher procurou a Deam-Caxias para relatar o que estava acontecendo. A paciente se submeteu a uma abdominoplastia no início de março. Em junho, ela voltou para se submeter a mais três intervenções.
Só que algo deu errado no procedimento e, de acordo com parentes, a cirurgia teve complicações, a ponto de a barriga dela ter necrosado.