Em documento divulgado nesta quarta com o novo protocolo, o ministério recomenda a prescrição desde os primeiros sinais apresentados
Diante da recusa de dois ministros da Saúde, que optaram por pedir demissão para não assinar o documento, coube ao general Eduardo Pazuello, que assumiu a pasta de forma interina, liberar a cloroquina para todos os pacientes de covid-19.
Em documento divulgado nesta quarta-feira (20) com o novo protocolo, o ministério recomenda a prescrição do medicamento desde os primeiros sinais apresentados. Estabelece, ainda, a quantidade de medicamento que deve ser indicado aos pacientes com o novo coronavírus, desde o 1º até o 14º dia da doença.
O protocolo inclui que o paciente declare conhecer que o tratamento pode causar efeitos colaterais que podem levar à “disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito.”
“Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da COVID-19. Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente”, diz a Saúde no documento.
O novo protocolo é fruto de pressão do presidente. A demora em fazer uma recomendação mais ampla foi uma das causas da saída do ex-ministro Nelson Teich na semana passada.
Apesar de receber apoio de políticos como o presidente americano Donald Trump e Jair Bolsonaro, a cloroquina e sua variante menos tóxica, a hidroxicloroquina, não tem eficácia comprovada, além de ambas terem efeitos colaterais associados perigosos.