A declaração de João Doria de que apenas a ponte Octávio Frias de Oliveira (Ponte Estaiada) e o MASP representam símbolos da capital causou estranheza. Será que falta ao prefeito, que tem planos ambiciosos para a paisagem da cidade com o seu “Centro Novo”, conhecimento da arquitetura da cidade?
A Jovem Pan conversou com o arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Rodrigo Queiroz para desvendar o mistério. A resposta não supreende: para ele, a cidade possui diversos edifícios que podem entrar na classificação de Doria.
Entre eles estão os tradicionais edifício Pauliceia, na Avenida Paulista com a Rua São Carlos do Pinhal, e o Edifício Viadutos, na Avenida São Luiz. E mais: o professor ainda disse que a Ponte Estaiada até tem um “quê” de representatividade, mas não oferece outra utilidade que não seja a passagem de carros.
E aí se mostra um outro ponto. O que torna um edifício icônico para a cidade? Na concepção do arquiteto, a definição vai além de sua beleza. O ponto chave está na relação direta da população com a cidade.
Como exemplo, ele cita o Sesc Pompeia como grande símbolo da arquitetura moderna. “A questão é tornar a cidade mais viva e ocupar os espaços públicos. Mas parece que se passou a desenhar a cidade para objetos que não são arquitetônicos. Passamos por um momento de crise e as obras são feitas para serem atrações turísticas”, critica.
A Avenida Paulista e o Minhocão, que aos finais de semana fecham para o trânsito de carros, para ele, são “a cara da nova arquitetura e trazem o sentimento de pertencimento à população”.
A pedido da Jovem Pan, então, Rodrigo Queiroz apresenta ao prefeito João Doria cinco locais da cidade de São Paulo que também podem ser chamados de “icônicos”. Confira:
– Conjunto Nacional
– Edifício Copan
– Sesc Pompeia
– Pinacoteca do Estado de São Paulo
– Sesc 24 de Maio