Apesar das denúncias de corrupção, Benjamin Netanyahu, que está há dez anos no cargo de primeiro-ministro, conquistou um quinto mandato de Israel
Jerusalém — O presidente de Israel, Reuven Rivlin, disse nesta terça-feira que a maioria dos membros do Parlamento o aconselhou a permitir que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu forme um novo governo na esteira da eleição de 9 de abril, na prática garantindo a nomeação do premiê para mais um mandato.
No cargo há uma década, Netanyahu conquistou um quinto mandato apesar de um anúncio de fevereiro do procurador-geral, Avichai Mandelblit, de que planeja acusar o premiê em três casos de corrupção. Netanyahu nega qualquer irregularidade.
Pela lei, o presidente tem que escolher um líder partidário que julgue ter a melhor perspectiva de montar uma coalizão governista. Ele anunciará formalmente o escolhido na quarta-feira.
Em comentários divulgados nesta terça-feira, o segundo dia das consultas públicas de Rivlin com partidos políticos a respeito de suas preferências para premiê, ele disse que Netanyahu “agora tem uma maioria de membros do Knesset” a seu favor.
“Qualquer espaço de manobra que eu tinha foi efetivamente retirado neste momento”, afirmou.
A nomeação de Netanyahu se tornou uma mera formalidade depois que seu partido de direita Likud conquistou o maior número de cadeiras no Knesset na votação da semana passada e seu principal rival, o político de centro Benny Gantz, reconheceu a derrota.
Netanyahu disse que pretende compor uma coalizão com cinco partidos de extrema-direita, direita e de judeus ultraortodoxos que dariam 65 assentos a um governo liderado pelo Likud, quatro a mais que seu atual governo em fim de mandato.
Representantes de todas estas siglas disseram a Rivlin nas reuniões, transmitidas ao vivo pela internet, que recomendam Netanyahu.
Gantz, ex-chefe militar cujo partido Azul e Branco conseguiu 35 assentos parlamentares, provavelmente será o próximo da fila para montar um governo se Netanyahu não o fizer até 42 dias depois de ser escolhido por Rivlin.
Netanyahu não é legalmente obrigado a renunciar se for indiciado. Ele ainda pode refutar, em uma audiência pré-julgamento com Mandelblit cuja data ainda não foi marcada, a apresentação formal de acusações de suborno e fraude que lhe foram imputadas.
O líder israelense, cujos apoiadores louvam suas rígidas medidas de segurança e sua projeção internacional, deve ser tornar o premiê mais longevo da história do país em julho.