Israel, sob o governo do primeiro ministro, sempre foi um país contrário ao Acordo Nuclear com o Irã, firmado em 2015
O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, chega nesta segunda-feira à Europa com uma agenda voltada a discutir o Irã. Ele se reunirá durante a semana com líderes de Alemanha, França e Reino Unido, começando hoje pela chanceler alemã, Angela Merkel. Netanyahu deve pedir ajuda dos aliados para tirar forças iranianas que atualmente estão empregadas no conflito na Síria, além de tentar discutir o que fazer com o acordo nuclear firmado com o país.
Israel, sob o governo do primeiro ministro, sempre foi um país contrário ao Acordo Nuclear com o Irã, firmado em 2015 e que em maio sofreu um forte baque com a debandada dos Estados Unidos do grupo de signatários. Agora, Netanyahu planeja trazer novas perspectivas para os europeus e tentar emplacar pautas que sempre defendeu, como bloquear totalmente as aspirações nucleares e balísticas do Irã. O desafio é justamente convencer Merkel, além da primeira ministra britânica Theresa May e do presidente francês Emmanuel Macron, a deixar o antigo acordo para trás e ir em busca de um novo — para ele, preferencialmente mais restritivo.
“Eu irei discutir maneiras de bloquear o programa nuclear iraniano e a expansão militar do país no Oriente Médio”, disse Netanyahu antes de viajar. O primeiro ministro rejeita a tese de que o acordo nuclear de 2015 era o que impedia o país de desenvolver uma bomba nuclear, e argumenta que o fim das sanções econômicas permitiu que mais dinheiro fosse para o Irã, o que levou o país a aumentar sua força militar, em especial na Síria.
De acordo com diplomatas europeus, Merkel, May e Macron ainda estão esperando que israelenses e americanos apresentem uma solução para lidar com o programa nuclear iraniano melhor do que o antigo acordo firmado na gestão de Barack Obama. É uma situação que escancara a estratégia diplomática de Donald Trump na Casa Branca, marcada por abandonar tratados, mesmo que seja para pular no vazio. Netanyahu vai tentar convencer os europeus de que, neste momento, o vazio é a melhor alternativa. Vai ser difícil colar.