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No DF, cerca de 230 mil veículos sem CRLV estão sujeitos ao recolhimento

Ainda de acordo com o Detran-DF, até ontem, foram registradas 350 apreensões de veículos devido à falta do documento em média de 70 por dia

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Após cinco dias de obrigatoriedade, restam 230 mil veículos sem Certificado do Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) de 2015 no DF, 20 mil a menos em relação ao início de outubro. Segundo o Departamento de Trânsito (Detran- DF), isso representa pouco mais de 14% da frota de 1,61 milhão registrada junto à autarquia.

Ainda de acordo com o Detran-DF, até ontem, foram registradas 350 apreensões de veículos devido à falta do documento – média de 70 por dia. O motorista flagrado com licenciamento vencido está sujeito a multa de R$ 191,54. Já  quem não tiver o papel no momento da abordagem terá de pagar R$ 53,20, mesmo se estiver com pagamento em dia.

A procura pela emissão do documento teria impulsionado o número de atendimentos nos postos do órgão desde o fim de setembro. De cerca de quatro mil por dia nos meses anteriores, foram contabilizados dez mil este mês.

O vendedor Dorival Antunes, 25 anos, alegou ter gastado cinco horas e 30 minutos no posto do Detran-DF do Shopping Popular. “No posto do Na Hora não há nem condições. Aqui é o único que ainda distribui senha nesse horário”, reclamou ele, que disse ter chegado por volta das 11h e saído às 16h30. “Isso porque   já tinha pago os boletos, era só retirar”.

“Devia haver mais postos do Detran. Acho que são muito poucos para atender tanta gente assim”, opinou. Questionado sobre a necessidade de fiscalização do documento, porém, ele se mostrou a favor. “Tem que ter essa vigilância, pois senão ninguém paga e fica por isso mesmo”.

Divididos

O casal de namorados Ana Cláudia Tissiani, estudante de 27 anos, e Nanderson Luiz Braga, professor de Educação Física, de 28, também perdeu horas para resolver um problema considerado simples. Eles recorreram à ajuda de um familiar, que teria entrado na fila no início da tarde para adiantar a espera. Mesmo assim, passaram mais de uma hora em pé.

“O problema é que o pessoal se preocupa de última hora e atrapalha a vida de quem nem veio lidar com isso, como é nosso caso”, criticou Braga. Ele tem uma visão diferente da namorada sobre a  fiscalização. “A ação da polícia (e do Detran) faz parecer que eles consideram todo mundo suspeito (de estar fora da lei)”, atacou.

Para Tissiani, por sua vez,   os inconvenientes devem ser antevistos por quem   adquire um automóvel. “Quando a pessoa compra um carro,  ela tem de saber tudo o que vem junto. Todos os documentos, fiscalizações”, disse.

Eles entram em acordo, porém, sobre a falta de conforto a quem aguarda nos postos. O casal relatou “muito idoso em pé e criança chorando” no Shopping Popular devido à falta de lugar para se sentar.

Fila dá voltas ao redor da unidade

N Shopping Popular existem  filas em um dos locais – postos do Departamento de Trânsito do DF (Detran) ou do Na Hora – de atendimento considerado “tranquilo” pelos usuários. De manhã, a procura foi menor em relação ao meio da tarde, quando a fileira de pessoas para pegar senha dava a volta nos boxes ao redor do Detran-DF.

Enquanto isso, quem não está em situação regular faz como pode para se “proteger”: ou deixa de circular com o carro ou até mesmo recorre a aplicativos que ajudam a identificar a presença de blitze nas ruas. Apesar das artimanhas dos motoristas, o Detran sustenta que não aumentou a frequência das fiscalizações nos últimos dias e segue com a rotina normal de ações nas ruas do Distrito Federal.

Saiba mais

Em 2014, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na Bahia, entrou com ação civil pública contra a fiscalização de licenciamento do Detran regional e conseguiu a suspensão.

A juíza da 11ª Vara da Fazenda Pública da Bahia, que deferiu a liminar da OAB, argumentou que “apreender veículo na via pública por débito de IPVA é o mesmo que expulsar, sem qualquer prévio procedimento, o contribuinte de seu lar em caso de inadimplemento do IPTU”.

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