Sim! O pecado capital tem uma data só para ele
No poema Novo gênesis, Affonso Romano de Sant’Anna define a gula como uma das “virtudes capitais”. Luis Fernando Veríssimo dedicou o livro Clube dos anjos especialmente ao exagero cometido pelos glutões. Na música Não é proibido, Marisa Monte libera delícias, como paçoca, mariola, quindim, doce de abóbora com coco, algodão-doce e manjar. Homenagem aos gulosos não faltam. Hoje, por exemplo, é comemorado o Dia da Gula em vários países, incluindo o Brasil.
Inspirado pela data, o portal Divirta-se Mais perguntou ao brasiliense: você tem gula de quê? As respostas estão nas ilustrações e mostram perdições salgadas e doces, que vão de lasanha a brigadeiro, de empadão a torta de limão.
No tradicionalíssimo Pamonhão Kalú, têm vez os adoradores de milho, mais em específico dos derivados dele: pamonha, curau e outros estão nas prateleiras. Até no recheio da conhecida coxinha, o cereal amarelo ganha espaço.
Ainda entre os salgados, um dos apontados foi o filé à milanesa, uma das estrelas do menu do Ki-Filé. “É uma receita muito simples que agrada justamente por isso”, afirma o proprietário Roberto Vasconcelos, que serve a carne acompanhada de arroz e batata frita.
Se o fraco é por doces, a torta de limão do Philippe Verstraete é a parada certa. Já na Gamela, quem domina são os quitutes mineiros, especialmente os bolos preparados à base de mandioca e o arroz doce. “Os doces, que antes eram servidos apenas na época das festas juninas, agora têm saída o ano inteiro”, atesta o proprietário Mário Nicoletti. Ou seja, o dia da gula é hoje, mas vale se entregar sempre. Aproveite!
Envolto na farinha
A especialidade do restaurante Ki-Filé está expressa logo no nome. Ali quem brilha são os bifes, em diferentes cortes e com vários acompanhamentos.
O filé à milanesa não poderia ficar de fora. Por R$ 39, ele chega à mesa acompanhado de arroz e batata frita. Mas, caso o cliente prefira outras guarnições, pode pedir para trocar por feijão, salada ou purê de batata.
O proprietário do local, Roberto Vasconcelos, explica que a receita é simples, mas guarda alguns segredos. Um deles é temperar bem o filé antes de fritá-lo, sempre em pouco óleo. “Para não encharcar, o bife tem que ser frito numa frigideira já bem quente”, ressalta Roberto.
Sabe aqueles filés à milanesa pesados que encontramos por aí? Roberto garante que não é o do Ki-Filé. “A gente empana duas vezes no ovo e duas na farinha. A dica para não ficar massudo e pesado é passar o bife de uma mão para a outra antes de fritar para tirar o excesso da farinha”, ensina.
Da ousada à tradicional
As redondas ocupam um lugar especial no coração dos amantes da boa gastronomia. Com um universo de possibilidades, as pizzas podem ir do tradicional, como a muçarela e a calabresa, até variações ousadas e inusitadas. O limite é a criatividade, o que na Fratello Uno não falta. Os sabores da casa misturam ingredientes em combinações únicas, sem abrir mão das pizzas tradicionais, feitas à perfeição no local.
“Entre as combinações inesperadas, a pizza de camarão, shimeji, mascarpone e azeite trufado (a partir de R$ 78) chama a atenção dos fãs de frutos do mar que vêm para cá”, garante joão Pedro Couto, sócio do local. Ele ainda sugere a Maravilhosa (a partir de R$ 78) – queijo de cabra, figos marinados no vinho do porto e mel e lascas de presunto de parma; ou a Gostosona (a partir de R$ 68), feita com pesto, tomate seco, muçarela de búfala e lascas de presunto de parma.
“Uma coisa que nós temos que o pessoal gosta muito é o fato de a pizza grande poder ser dividida em até três sabores. Dessa forma, a pessoa pode optar por duas pizzas salgadas e uma doce, tudo no mesmo pedido”, destaca o sócio. Nesse formato, nem todas as opções doces ficam disponíveis devido à massa, mas as pizzas de banana, banana com chocolate e a de goiabada com queijo coalho são opções possíveis.
Junho o ano inteiro
Foi-se o tempo que a gente tinha que esperar as festas juninas para comer delícias como bolo de mandioca e arroz doce. Em casas como a Gamela, essas receitas podem ser encontradas o ano inteiro.
O proprietário, Mário Nicoletti, explica que são oferecidos três tipos de bolo de mandioca na casa: o bolinho de mandioca (R$ 33, o quilo), o Mané Pelado (R$ 24,60, o quilo) e o Souza Leão (R$ 36,50, o quilo). “As duas primeiras são receitas que a minha avó fazia em Minas Gerais e a gente trouxe pra cá”, conta Mário.
O bolinho de mandioca é preparado com fécula e coco e o Mané Pelado leva mandioca ralada e queijo. Já o Souza Leão é uma receita pernambucana que, segundo Mário, lembra o Mané Pelado, mas leva ovos na receita.
Outro quitute servido na Gamela que desperta a gula de muita gente é o arroz doce, servido tanto no balcão como por encomenda, caso a ideia seja pedir uma quantidade grande. O doce é oferecido em duas versões: a tradicional (R$ 29, o quilo) e a diet (R$ 35, o quilo), preparada sem açúcar. “Mas sempre gosto de lembrar que o arroz vira açúcar quando comemos. Então, os diabéticos têm que tomar cuidado”, ressalta o cuidadoso empresário.
Limão à francesa
Vem da França, mais precisamente do prestigiado instituto Cordon Bleu, a receita da torta de limão que chega à cidade pelas mãos de Philippe Verstraete, confeiteiro que comanda café homônimo na Asa Norte. Ali, o doce é servido a R$ 12, a porção individual, ou a R$ 65, o quilo, sob encomenda.
“Aprendi essa receita na escola, aprimorando o que já faziam meus pais”, conta Philippe, ao se referir ao preparo que tem a base de farinha de amêndoas, açúcar, manteiga e ovo, na tradicionalmente francesa massa blé. O recheio é de creme de limão-siciliano e, por cima, vem um merengue italiano. A mesma massa serve para a torta de pera (R$ 12,50 a individual e R$ 90, o quilo).
Não foram só as tortas que o confeiteiro trouxe da terra natal. De lá também vieram os macarrons (R$ 4) e a ópera (R$ 90, o quilo) em dois sabores: café com chocolate e framboesa.
Onde comer
Gamela
(406 Sul, Bl.D. lj.3; 3244-0628), aberto de segunda a sábado, das 9h às 19h.
Ki-Filé
(405 Norte, Bl.A lj.55/69; 3274-6363), aberto de segunda a sexta, das 12h às 23h; e sábado, das 12h às 17h.
Philippe Verstraete
(310 Norte, Bl.A; 3964-0030), aberto de terça a domingo, das 8h às 20h.
Empório Sabor Goiano
(Q. 205, lt 2, lj 26; 3541-1008), aberto de segunda a sábado, das 9h às 20h.
Casa Doce
(112 Sul, Bl. a, lj 39; 3345-2807), aberto de terça a sextas, das 9h às 20h; sábado, das 9h às 19h; e domingo, das 9h às 18h.
Páprica Burger
(Setor Hoteleiro Sul, Q. 3) e (Eixinho Norte, 204 Norte), aberto diariamente, das 12h às 23h.
Pepe Nero
(Praça Salviano Monteiro, Q.56 lt 2; 3365-4028), aberto segunda, das 11h às 15h, de terça a domingo, das 11h às 23h45.
Pamonhão Kalú
(105 Norte Bl. D lj. 3/54; 3273-7067), aberto de terça a domingo, das 11h30 às 22h.
Fratello Uno
(103 Sul, Bl. A, lj. 36; 3321-3213) e (109 Norte, Bl. D, lj. 19; 3447-3360), aberto diariamente, de domingo a quinta, das 18h30 à 0h; e sexta e sábado, das 18h30 à 0h30.
Colaborou Alice Corrêa
(estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader)